Em reação à sinalização de que a base do governo de Nelson Marchezan na Câmara de Vereadores pretende colocar em votação o projeto que retira os cobradores dos ônibus de Porto Alegre em determinados horários, o sindicato que representa os rodoviários da Capital começou a se mobilizar para evitar a aprovação da proposta.
Conforme o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte de Porto Alegre (Stetpoa), Sandro Abádde, os profissionais estão “inflamados” com a iniciativa do governo e não descartam a possibilidade de convocar greve no transporte público caso a matéria seja pautada na Câmara.
— Sem dúvida nenhuma, (a paralisação) é um horizonte que se aproxima. Mas só vai acontecer se o prefeito não nos nos escutar e não haver um entendimento—afirma.
Segundo ele, um ofício foi enviado pela entidade a Marchezan nesta quarta-feira (22), pedindo reunião para tratar do tema. O objetivo da categoria é convencer o prefeito de que os cobradores devem ser mantidos em todos os coletivos.
O texto, protocolado na Câmara em 2017, permite a retirada de cobradores dos ônibus que circulam entre 22h e 4h. Na época, o impacto estimado na tarifa era de R$ 0,05 por ano.
— O cobrador é muito atuante dentro do ônibus, ajudando cadeirantes, deficientes visuais, crianças e idosos. Será que a população quer perder esse trabalhador? — questiona o dirigente. Segundo ele, entre 200 e 500 profissionais podem perder o emprego caso o projeto seja aprovado.
Além da retirada dos cobradores, o governo municipal também tentará aprovar a limitação do passe estudantil no transporte público a jovens de famílias com renda até três salários-mínimos.