Foi pouco tempo, mas de chuva intensa. Segundo dados da prefeitura de Porto Alegre, em cerca de 60 minutos, nesta sexta-feira (3), a água acumulada atingiu quase a metade da média histórica do mês de maio nos bairros centrais da Capital. O suficiente para alagar ruas e avenidas, e para expor um déficit na capacidade de drenagem da cidade que se arrasta há décadas.
– A Capital tem redes pluviais com mais de 60 anos e insuficientes – afirma o secretário municipal de Serviços Urbanos, Ramiro Rosário.
Com exceção de duas casas de bomba de drenagem, que sofreram com queda de energia durante o temporal, outras 20 estavam funcionando.
– Estão passando (as casas de bomba) por modernização, pois estão defasadas. Desde que assumimos, dobramos a capacidade operacional desses equipamentos, de 40% para 80%. Agora estamos lidando com o problema dos geradores. Algumas, devido a falta de energia, acabaram prejudicando a drenagem da água – falou Rosário em entrevista para a Rádio Gaúcha, citando que seria necessário um investimento de R$ 3 bilhões para obras de macrodrenagem e infraestrutura, em toda a cidade, para tentar resolver o problema.
Ficaram sem luz a casa de bombas 16, próximo à Rótula das Cuias, e a estação de bombeamento de esgoto, do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), da Ponta da Cadeia, que atende a região do Centro Histórico, próximo ao Paço Municipal.
O secretário disse ainda que a área do túnel da Conceição, que alaga em ocasiões de grande quantidade de chuva, será analisada pela prefeitura.
– Já solicitei a nossa equipe para avaliar esse problema pontual.
Conforme a Defesa Civil de Porto Alegre, a precipitação, até as 18h de sexta-feira, chegou a 54 milímetros no bairro Cidade Baixa, enquanto a média histórica alcançou 94,6 milímetros. E a previsão é de mais chuva até a noite de sábado (de 5 a 10 milímetros).
Queda de galhos ou árvores
A área de Manejo Arbóreo, da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), está de prontidão e prioriza as vias com bloqueio total ou parcial em função de possíveis quedas de galhos ou árvores. A população deve fazer o registro de demandas pelo Sistema Fala Porto Alegre, no número 156, para que os técnicos possam deslocar as equipes para atendimento.
– As equipes de limpeza também estão mobilizadas para o recolhimento de lixo nas ruas – finaliza Rosário.