As águas do Rio Jacuí, às margens da Ilha Grande dos Marinheiros, a 15 minutos do centro de Porto Alegre, foram palco do reencontro, após 10 anos, entre os praticantes gaúchos de wakeboard e as competições oficiais do esporte. A sede da escola Wakepoint recebeu, no sábado e no domingo, as finais do Campeonato Gaúcho de Wakeboard, evento que contou com mais de 40 competidores e consagrou Heiner Hofmann e Gabriela Andrade como os melhores do Estado nas categorias Feminino e Open (a mais avançada para competidores masculinos).
O ambiente era de total confraternização – com direito a show de reggae, cama elástica para as crianças e cachorros catando nacos de churrasco que sobravam no chão – quando os seis competidores da categoria Open começaram a desenvolver seus saltos mortais, giros de 360 graus e manobras de pura habilidade em cima das pranchas. Em terra firme, três jurados da Federação Nacional de Wakeboard trazidos de fora do Estado avaliavam os movimentos por altura do salto, precisão da manobra e repertório dos esportistas. A vinda de um júri federado deu ao evento status de competição oficial do Rio Grande do Sul – algo que os profissionais do wakeboard não viam acontecer no Estado há uma década.
A ideia surgiu quando Daniel Mueller e Danielle Alves, donos da Wakepoint, começaram a perceber a evolução dos praticantes – que não tinham onde competir em nível regional. Quando abriram inscrições, foram surpreendidos:
– Estávamos preocupados, porque não conhecíamos ninguém que estivesse no nível da categoria Open, só os nossos dois instrutores (Heiner e Gabriel Mueller). Mas o pessoal da velha guarda, que andava havia 10 anos, veio em peso. Nós até avaliamos não inscrever os instrutores, mas foi o pessoal da velha guarda que insistiu para que eles participassem. Eles andam muito, além de serem pessoas incríveis – diz Danielle.
Na hora de ir para a água, a nova geração levou a melhor. Apesar da admiração por nomes como Ronaldo Schwonke, que veio de Pelotas para competir, Heiner impressionou os jurados ao dar três mortais seguidos e terminar a bateria sem nenhuma queda.
O guri de 22 anos, que foi ovacionado pelo público – muito por sua destreza e um pouco por estar jogando em casa –, parecia radiante com sua performance.