Entidades sindicais e movimentos sociais se reuniram na região central de Porto Alegre, na noite desta sexta-feira (22), em protesto contra a reforma da Previdência proposta pelo governo de Jair Bolsonaro. O ato teve início por volta das 18h, com concentração na Esquina Democrática.
A Central Única dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul (CUT-RS), uma das organizadoras da manifestação, defendeu, ao convocar a população para o protesto, que a proposta da União penaliza o trabalhador e atende aos interesses do mercado financeiro. Eventos nos mesmos moldes também foram convocados em Caxias do Sul, Santa Maria, Pelotas e Passo Fundo.
Por volta das 19h30min, os manifestantes saíram em caminhada pelas vias do centro da Capital. A passeata passou pela Avenida Borges de Medeiros, Praça General Daltro Filho e Rua José do Patrocínio, tendo o Largo Zumbi dos Palmares como destino final.
— Eu já falei. Vou repetir. Com a nossa luta, a reforma vai cair — gritavam os participantes durante a marcha.
O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, disse que protestos nesse sentido buscam expor os detalhes previstos na proposta do governo para a reforma da Previdência:
— Um ato igual a esse tem o objetivo de elevar o nível de consciência, de compreensão da gravidade desse projeto. E com isso criarmos as condições, se for necessário, para fazer uma grande greve geral.
Nespolo destacou que a possibilidade de greve geral vai depender dos próximos encaminhamentos em relação ao texto no Congresso. Essa deverá ser uma segunda fase de mobilização contra a matéria.
— A gente está construindo o esclarecimento e a mobilização. Agora, um outro dia nacional de mobilização, um dia ou mais dias de greve, estarão em sintonia com a evolução dessa pauta dentro do Congresso Nacional.
Cartazes com frases "Não mexam na Previdência" e "Lula livre", bandeiras de partidos políticos e de entidades sociais também pintavam o cenário do protesto. Os manifestantes ocuparam o cruzamento entra a Rua José do Patrocínio e a Avenida Loureiro da Silva por cerca de 30min. A via foi bloqueada e o trânsito desviado por agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Policiais do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM) acompanharam o evento. O ato foi encerrado por volta das 21h.
O comandante do 9º BPM, tenente-coronel Luciano Moritz, informou que, até as 22h, não foram registrados atos de vandalismos ou incidentes durante o protesto.
Atos pelo Brasil
Também aconteceram atos contra a reforma da Previdência em outras capitais do Brasil, no que é chamado "Dia Nacional de Luta" contra a medida proposta pelo governo. Em São Paulo, um boneco inflável do presidente Jair Bolsonaro com a frase "Laranjal do PSL" foi levado para a Avenida Paulista.