![Fernando Gomes / Agencia RBS Fernando Gomes / Agencia RBS](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/25152761.jpg?w=700)
O porto-alegrense, seja de nascença ou adoção, tem tanto orgulho do pôr do sol no Guaíba que um deles, o advogado Fernando Avilla, resolveu levar consigo a imagem. Para o morador do Centro Histórico, a cena mais característica da Capital não se vê só no fim do dia, mas durante as 24 horas desde que tatuou a paisagem preferida da cidade, para onde mudou-se em 2013 e fixou residência. Ele não é o único a ostentar de forma permanente um símbolo de Porto Alegre, que completa 247 anos nesta terça-feira (26).
Instalada na Zona Norte, a estátua do Laçador já percorreu diversas cidades e estados com Venâncio Costa. Porto-alegrense e fã da cultura gaúcha, ele marcou o símbolo no braço para exibir a origem aonde quer que vá. Já prédios emblemáticos, como o Centro Administrativo e a Casa de Cultura Mario Quintana, ganharam raízes no corpo de Isadora Weidlich, que escolheu carregar parte da cidade em que nasceu sempre consigo.
Os estádios da dupla Gre-Nal também foram longe com Gabriel Pio e Tiago Troyano de Abreu. A Arena e o Estádio Olímpico tatuados no corpo de Pio chamaram a atenção de gaúchos nas praias de Santa Catarina, enquanto o colorado levou o Beira-Rio em viagem para os Estados Unidos, país no qual irá morar.
A capital dos gaúchos, para eles, é mais do que lar. É um compilado de lembranças, histórias e momentos tão marcantes que serviu de inspiração para a arte que exibem no corpo. Conheça as cinco histórias de moradores que escolheram homenagear Porto Alegre na própria pele.
Orgulho de ser porto-alegrense
"Venho de uma família de músicos que têm ligação com a música regional. Quando estava com 14 anos comecei a viajar com eles e, cada vez mais, comecei a me aproximar de pessoas de outros lugares me identificando como gaúcho. Fiquei com vontade de que as pessoas soubessem de onde eu vim, mesmo sem estar pilchado. Não sou uma pessoa que se veste de gaúcho, gosto de coisas além do tradicionalismo, tenho piercings, uso alargadores. Tenho o mapa do Rio Grande do Sul tatuado, e fiz o Laçador para mostrar que eu sou de Porto Alegre. Eu amo essa cidade. Não moraria em outro lugar. Sou daqueles que acham que a gente é melhor que todo mundo. Gosto do clima, dos lugares, das pessoas. A tatuagem do Laçador é minha preferida hoje em dia. É que as pessoas mais param para olhar, elogiam, perguntam. E as pessoas do meio tradicionalista também acham bonito. Me orgulho bastante."
Venâncio Costa, 20 anos, estudante, na foto que abre a reportagem
Pôr do sol inspirador
![Jefferson Botega / Agencia RBS Jefferson Botega / Agencia RBS](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/25152757.jpg?w=700)
"Mudei de Palmeira das Missões para Porto Alegre há cinco anos, quando me formei na faculdade. Vim para trabalhar e adotei a cidade, que é onde eu pretendo ficar. Me senti acolhido, fiz grandes amigos e comprei meu imóvel aqui. Moro perto da orla, no Centro Histórico, e o pôr do sol é uma coisa que eu sempre gostei muito. Me atraiu e me fez gostar de Porto Alegre. Quando eu decidi fazer a tatuagem, minha primeira e única, queria que simbolizasse algo pra mim, lembrasse uma coisa boa. O pôr do sol me traz tranquilidade. A imagem que tatuei foi inspirada no Guaíba. Gosto de ir para lá com o cachorro, ou, nos finais de semana, para tomar um chimarrão. Mudar para cá me proporcionou autoconhecimento: vim de uma cidade pequena, e foi aqui que aprendi a me virar, viver sozinho, e descobri do que eu sou capaz. Foi um start para a vida."
Fernando Avilla, 29 anos, advogado
Memórias de bons momentos
![Isadora Neumann / Agencia RBS Isadora Neumann / Agencia RBS](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/25152759.jpg?w=700)
"Sou quem eu sou a partir dos momentos que eu tive em Porto Alegre, e queria carregar a cidade em que nasci e me criei comigo. A minha tatuagem tem alguns pontos importantes, em que passei momentos bons. Sou do Centro, onde passei a maior parte da minha vida. O Gasômetro é um dos lugares que eu mais gosto de ir até hoje, levar chimarrão, ir com os amigos e levar meu cachorro. Gosto de visitar, agora que está renovado, mais ainda. O Iberê tem a ver com a arte, com a cultura. Eu sou designer, trabalho com arte, nesse sentido ele é importante. O Centro Administrativo, quando se fala em Porto Alegre, é o primeiro prédio que vem à cabeça, pela arquitetura. E eu sempre morei bem perto dele, via praticamente todos os dias. A Casa de Cultura também tem a ver com a arte, e o Laçador é pelo símbolo, um dos primeiros que se pensa. Embaixo deles têm as raízes, já que, para onde quer que eu vá, Porto Alegre vai estar comigo. Tenho sete tatuagens, e essa é uma das que eu mais gosto."
Isadora Weidlich, 25 anos, designer gráfica
Em plagas distantes, a energia do Beira-Rio
![Jefferson Botega / Agencia RBS Jefferson Botega / Agencia RBS](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/25152781.jpg?w=700)
"Frequento o Beira-Rio desde pequeno. O primeiro jogo que eu lembro foi em 2006, Inter e Brasiliense, que o Inter ganhou de um a zero. Lembro da Libertadores de 2010, tenho memórias de 2014, apesar de não terem sido muito boas. É um lugar em que eu adoro ir e, disparado, meu preferido em Porto Alegre. Quando abriu o estádio novo eu fui, e foi sensacional. Sempre fui louco por futebol. No ano passado, ia viajar para os Estados Unidos e queria ter algo do Inter em mim. Pesquisei ideias e vi uma pessoa que tinha o Beira-Rio tatuado na perna. Gostei, levei para a tatuadora e fiz no mesmo lugar. Ir ao Beira-Rio é muito divertido, tem uma energia legal, diferente. É uma coisa de estádio: quando dá um gol, tu abraça até quem não conhece. Acho sensacional."
Tiago Troyano de Abreu, 18 anos
Até na pele... as casas do Tricolor
![Jefferson Botega / Agencia RBS Jefferson Botega / Agencia RBS](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/25152760.jpg?w=700)
"Sempre gostei de Porto Alegre, que é minha cidade natal, e de morar aqui. Tinha outras tatuagens, mas sempre tive vontade de ter algo sobre o Grêmio. Quis juntar as duas coisas, e o tatuador fez a montagem, que tem a Arena, o Olímpico, o Laçador, o Gasômetro e o Monumento aos Açorianos. São símbolos que marcam a cidade, bem conhecidos. Frequentei muito o Olímpico entre a adolescência e a fase adulta. Vi o Ronaldinho Gaúcho jogando lá, e vi algumas conquistas de títulos. Na tatuagem tem as duas etapas do clube. Achei que ficou bem legal. Até em praias de Santa Catarina pessoas já pararam para perguntar sobre ela, gaúchos batem o olho e já identificam os lugares. Para mim, ela representa a ligação e o amor que eu tenho tanto pelo clube quanto pela cidade."
Gabriel Pio, 29 anos, vistoriador de imóveis