Sob chuva, milhares de mulheres marcharam pelas ruas de Porto Alegre no início da noite desta sexta-feira (8), em um protesto que marca o Dia Internacional da Mulher. A manifestação, convocada por grupos feministas e entidades sindicais, foi organizada pelo movimento "8 de Março Unificado PoA".
O ato criticou o presidente da República, Jair Bolsonaro, e a proposta do governo para a reforma da Previdência. A exigência de uma solução para o caso Marielle Franco, o combate ao feminicídio e à violência física e verbal contra as mulheres também apareceram com força no protesto.
Faixas com o rosto de Marielle e com frases pedindo igualdade nos direitos para mulheres marcavam o cenário da marcha. Organizadores em um carro de som ditavam o ritmo da manifestação.
— Trabalhadora, presta a atenção: o Bolsonaro está do lado do patrão — gritavam.
Caminhada
O ato iniciou por volta das 18h. As manifestantes se concentraram na Esquina Democrática. Cerca de uma hora depois, os participantes do ato saíram em caminhada pela Avenida Borges de Medeiros em direção à Avenida Júlio de Castilhos.
Durante o percurso da marcha, agentes da EPTC realizavam bloqueios pontuais no trânsito, que era intenso em razão do horário e da chuva. A passeata entrou no túnel da Conceição, onde os manifestantes gritavam palavras de ordem, que ecoavam pelas paredes do local fechado:
— Nem recatada e nem do lar. A mulherada está na rua para lutar — era uma das frases mais entoadas.
A Brigada Militar não divulgou estimativa de público. A caminhada seguiu pela Rua Sarmento Leite e pela Avenida Loureiro da Silva, até encerrar no largo Zumbi dos Palmares, no bairro Cidade Baixa. No local, os organizadores do evento convocaram o público para evento no dia 14 de março — data em que o assassinato de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes completa um ano.