Era para ser um vídeo do filho de 2 anos divertindo-se no parque em um dia de sol, mas a publicitária Daniela Carvalho Vargas acabou registrando uma perseguição animal no fim da tarde deste sábado (23), no Parcão, em Porto Alegre.
Quando a publicitária pede, com o celular em punho, que o menino mostre a tartaruga do lago para o pai, que futuramente veria as imagens, uma mulher loira aparece gritando no fundo do vídeo. Ela tentava dominar o cachorro que havia se atirado no lago em que funciona o Moinho do Parcão.
— Vem para cá. Volta aqui — implora a mulher.
Bastou um pato voar rente à água para que o cão protagonizasse uma cena de caça que deixou as pessoas do entorno em pânico. O cachorro corre atrás do pato dentro do lago, consegue se aproximar, dar algumas mordidas, mas deixa a presa escapar algumas vezes. Com o pelo branco parcialmente sujo de lama, tem sua busca dificultada por um homem que pula na água para tentar ajudar o pato. Irredutível aos gritos da dona e de quem se sensibilizou com a condição do pato, o cachorro segue no intento de abocanhá-lo.
— Juntou todo mundo no Parcão pedindo para o cachorro não atacar o pato. Começaram a gritar com a dona do cachorro também. Ela não se desesperou tanto quanto as pessoas que estavam ali fora. Começaram a jogar água no cachorro, mas ele deu umas belas abocanhadas (no pato) — conta Daniela.
No vídeo, um outro cão também entra na água e observa a confusão. A publicitária encerrou a gravação quando um outro rapaz conseguiu deter os dois cachorros e devolvê-los aos donos.
O consultor ambiental Millos Augusto Stringuini, explica que por mais domesticado que seja, os animais seguem seus instintos. Logo, a corrida atrás do pato é um momento que faz parte da natureza.
— Se o animal não está na coleira, ele vai seguir o que a natureza manda. Ele vai atacar, para abocanhar o pato, que por sua vez, vai reagir dando bicadas. Em fazendas, isso acontece normalmente — observa.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade divulgou que lamenta o ocorrido e o fato de que ainda há pessoas que conduzem o cão fora da guia, considerada uma regra de conduta básica de convivência social. Conforme a secretaria, o Parque Moinhos de Vento possui 48 patos e o animal em questão ainda não foi localizado.