A Justiça Federal do Rio Grande do Sul realizou, na tarde desta terça-feira (11), uma audiência para definir o futuro da Usina de Reciclagem da Ilha Grande do Marinheiros, em Porto Alegre. O galpão precisará ser demolido para a construção da nova ponte do Guaíba, que está 75% concluída.
Os 18 integrantes da associação de recicladores participaram da reunião com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A negociação, mediada pelos juízes federais 26ª Vara Federal da Capital Hermes Siedler da Conceição Júnior e Ana Inès Algorta Latorre, definiu que o Dnit vai construir uma nova sede para a associação no loteamento que será construído no sul da ilha. Caso não seja neste local, será erguido em outra área desapropriada.
Os recicladores também serão indenizados em R$ 500 mil, valor que será dividido em valores iguais para cada um deles. A quantia leva em conta as benfeitorias feitas no local ao longo dos anos e uma previsão de faturamento para seis meses – período que o Dnit terá para erguer o novo galpão.
O pagamento será feito no dia da assinatura da compra assistida, para quem escolheu esta modalidade de compra de imóvel fora da ilha, ou até 20 de fevereiro de 2019 para aqueles que optaram por ficar no futuro empreendimento imobiliário erguido no sul da ilha.
Acordo satisfatório
Em funcionamento desde 1989, o galpão de reciclagem pertence à Associação de Catadores de Materiais de Porto Alegre Ilha Grande dos Marinheiros e, atualmente, possui 18 funcionários. Uma das fundadoras do galpão, a recicladora Sandra Marilu da Silva Teixeira, 44 anos, ficou satisfeita com o resultado do acordo:
– Pelo tempo que estamos aqui e pela história que temos, merecíamos uma indenização.
A remoção das primeiras famílias da Ilha Grande dos Marinheiros, que optaram pela compra assistida – até agora, 259 já firmaram acordo com o Dnit – deve ocorrer no final de janeiro.