Na manhã desta sexta-feira (12), milhares de motociclistas saíram da Rua Augusto de Carvalho, perto da Rótula das Cuias, em Porto Alegre, para a 44ª edição da tradicional procissão de Nossa Senhora Aparecida. A concentração dos pilotos ocorreu às 7h, e a procissão começou por volta das 8h. O grupo se deslocou até o Complexo Cultural do Porto Seco, na Zona Norte. Segundo a Brigada Militar e a EPTC, entre 30 mil e 40 mil pessoas participaram.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e a Brigada Militar monitoraram o ato para coibir infrações. Entre as principais irregularidades cometidas, estão manobras arriscadas como as de motociclistas que empinam as motos e trafegam sem capacetes, além da falta de equipamentos de segurança.
— Fazemos o que podemos para coibir, mas é muita gente. A ideia é estudar maneiras diferentes para as próximas edições — afirma Dagoberto Bezerra, um dos chefes de equipe da EPTC.
A reportagem de GaúchaZH solicitou um balanço do total de infrações aplicadas ao longo da procissão, mas a EPTC informou que o levantamento ainda não está fechado e que não será divulgado.
— Nosso principal objetivo era que a procissão acontecesse com proteção à vida dos participantes e de quem cruzasse pelo caminho. A cada ano, o número de participantes aumenta, e o clima favorável trouxe muitas pessoas. Isso traz reflexos para o trânsito, como pessoas tentando atravessar as vias e não conseguindo. É claro que muitas irregularidades são cometidas ao longo do trajeto, mas o nosso principal foco era garantir a segurança, e isso foi atingido. Por isso o número de multas não será divulgado — afirma o gerente de fiscalização de trânsito da EPTC, Paulo Ramires.
O deslocamento se encerrou por volta das 9h30min. O trajeto dos condutores passou pelas vias Augusto de Carvalho, Loureiro da Silva, Presidente João Goulart, Siqueira Campos, Júlio de Castilhos, Rua da Conceição, Avenida Farrapos, Sertório, Assis Brasil, Francisco Silveira Bittencourt, Plinio Kroeff e Rua Élvio Antônio Filipetto.
Pedidos de benção a Nossa Senhora Aparecida
Entre os participantes, estão motociclistas que vão à procissão há muitos anos e que pedem bênçãos para Nossa Senhora Aparecida, considerada padroeira dos motociclistas. A imagem da santa vai à frente do trajeto, em um carro da EPTC.
Luís Alberto de Souza, de Viamão, participa com a esposa Eni Goes há pelo menos 10 anos.
— Estou aqui por milagre. No último sábado, sofri um acidente e fui parar embaixo de um caminhão, mas só tenho arranhões no corpo. Meu capacete nem chegou a bater no chão. Vim agradecer e pedir mais bênçãos — conta Luís Alberto.
Giovana Nunes, 10 anos, participa pela segunda vez com o pai, Celomar Nunes.
— Gosto de participar porque é bem legal ver as motos passando e ver a imagem da santa. Não tenho medo, porque já estou acostumada. Meu pai me busca todo dia de moto no colégio — explica.
Há uma década, o padre e motociclista Vanderlei Bock também participa do ato. Ele, que atua na paróquia Santa Cecília, pede calma aos condutores:
— Esse movimento nasceu na Zona Sul, com pouco mais de 20 motos, e hoje chegamos a esse volume. É mais um dia em que queremos homenagear a Nossa Senhora Aparecida. Mas é importante lembrar que, no trânsito, são importantes a proteção divina e a prudência humana. As duas coisas andam juntas.