As 450 senhas distribuídas no Centro de Saúde Modelo, no bairro Santana, em Porto Alegre, não foram suficientes para atender a demanda por vacinas contra a febre amarela nesta sexta-feira (19). Muitas pessoas que procuraram um dos principais postos da Capital tiveram que voltar para casa sem atendimento. Isso porque a maioria das fichas foram retiradas ainda pela manhã.
Quem garantiu uma vaga na fila foi a porto-alegrense Silvana Cardoso, 44 anos. Com viagem marcada para Salvador (BA) no final deste mês, ela chegou às 9h no Modelo e decidiu não arredar os pés até ser vacinada. Às 16h, ainda aguardava.
— Meu marido já conseguiu ser vacinado. Mas sigo aqui. Os atendimentos estavam muito lentos pela manhã, com uma pessoa sendo chamada a cada 15 minutos — reclama.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a média de espera começou em duas horas e terminou em quatro horas. A prefeitura intensificou os alertas, pelas redes sociais, para que a comunidade procure outras unidades — ao todo, a Capital conta com 140.
A aposentada Maria Beatriz Hassmann, 81 anos, que não tem recomendação médica, nem chegou a receber ficha.
— Tentei com meu cardiologista, dermatologista e urologista, mas todos estão de férias e viajando — lamenta.
Com viagem marcada para Bahia e São Paulo a partir de 30 de janeiro, Maria Beatriz vai recorrer à urgência do plano de saúde para garantir a imunização.
Para evitar filas, a SMS orienta a população a buscar outros postos de saúde. A prefeitura garante que tem doses da imunização em todos os pontos da cidade. Já o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, frisa que a vacina contra a febre amarela não necessita de reforço, mesmo para as crianças.
— A ciência previa que a vacina tinha duração de 10 anos, por isso era recomendada uma nova dose. Mas, com novos testes, foi visto que o vírus não evoluiu. Com isso, a imunização segue valendo, mesmo que a pessoa tenha feito há 15, 20 ou mais de 30 anos — explica.
Gabbardo destaca que 70% da população gaúcha está imunizada contra a doença:
— Não temos casos de febre amarela no Estado há 10 anos.