O bebê se chama Pedro Nascimento. E ele teve um nascimento para lá de surpreendente na manhã deste sábado (11), em Porto Alegre.
O menino veio ao mundo dentro de um ônibus, amparado por passageiros da linha 761 (Jardim Leopoldina/Sertório), no centro da Capital.
Moradores do bairro Rubem Berta, Bruna Tatiele Nascimento Maia, e o marido, Rafael, seguiam para a Complexo da Santa Casa de Misericórdia, quando a mãe sentiu a bolsa amniótica estourar, distante cerca de 10 quadras do final da linha.
— Era a última parada da (Avenida) Farrapos, e passageiros me avisaram que tinha uma senhora no banco traseiro em trabalho de parto — recorda o motorista Josemar Gomes, 47 anos.
Quatro mulheres se prontificaram em ajudar Bruna, e começaram telefonemas para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e para a Brigada Militar. Combinaram que o veículo seguiria o caminho normal até o Terminal Parobé. Quando Josemar estacionou o ônibus no final da linha, por volta das 9h15min, o bebê estava nascendo.
— Entrei no ônibus e tinha umas pessoas que estavam junto (com a mãe). Por ver a situação incômoda, as mulheres de mais idade cercaram ela e ficaram apoiando, e o marido perto. Não vi bem (o parto), mas não deixei que os curiosos chegassem perto — conta Mateus Tetour Fernandes, fiscal do consórcio Mob.
As portas foram abertas para a saída de cerca de 10 passageiros e aguardar a chegada da equipe do Samu. Enquanto isso, o motorista procurava entre pedestres um enfermeiro, médico ou profissional de saúde que pudesse ajudar.
Sem saber o que acontecia, o estudante de fotografia Vander Oliveira pulou para dentro do ônibus apressado.
— Queria seguir para a Sertório. Estava atrasado para uma prova na faculdade e, quando vi, tinha uma criança nascendo na minha frente. Foi emocionante ver a mãe com o filho nos braços. Peguei o celular e fiz uma foto (veja acima). Vou imprimir, emoldurar e procurar a família para dar de presente. Cheguei tarde na aula, mas fui perdoado pelo professor — contou, eufórico, Vander, 33 anos, casado, sem filhos.
Logo, as portas do coletivo foram fechadas para evitar intrusos. Uma camiseta foi providenciada para cobrir o bebê e mantê-lo aquecido junto ao peito de Bruna até a chegada dos médicos. O cordão umbilical foi cortado, e os dois levados para o centro obstétrico. Por volta das 16h, foram transferidos para a Maternidade Mario Totta. De acordo com informações do hospital, mãe e filho passam bem.