Um colégio público de Porto Alegre ganhou uma estação integrada de compostagem e um espaço revitalizado na tarde de segunda-feira (9). Alguns alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva, no bairro Santa Tereza, participam do projeto de extensão Eco Educadores, desenvolvido pelo UniRitter. Inspiradas no que aprenderam nas oficinas, as alunas Natália Nunes Magalhães, 14 anos, e Nathaly Vitória Silva de Souza, 13 anos, tiveram a ideia de colocar a iniciativa em prática na própria escola.
— Acho que desse jeito vamos mostrar para as pessoas que elas ainda podem ter esperança de um mundo melhor, mais sustentável. Por meio dessa revitalização, as pessoas vão entender que elas precisam cuidar mais do meio ambiente — afirma Natália.
Professores, bolsistas e alunos do projeto, além de voluntários e servidores do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), estiveram presentes na escola para ajudar na revitalização. Com criatividade, os envolvidos mostraram que tudo pode ser aproveitado: tetos de paradas de ônibus viraram canteiros de plantas, tocos de árvores ganharam a utilidade de bancos e, pallets que seriam descartados se transformaram na composteira.
— Postos de saúde, associações de bairros e escolas que já têm essa estação integrada de compostagem reduzem em até 80% a disposição no resíduo domiciliar — explica a responsável pela Coordenação de Gestão e Educação Ambiental (CGEA) do DMLU, Patricia Antunes Russo.
Patricia afirma que, na compostagem, devem ser colocados apenas produtos que resultem da decomposição natural da matéria orgânica, como cascas de frutas e restos de verduras que não foram cozidas. Os restos são intercalados por folhas de árvores que evitam que o local fique úmido. Algum tempo depois, a matéria que se forma é colocada nos canteiros.
— É um modo dos nutrientes que vieram da terra voltarem para o seu local de origem — afirma Patricia.
Além da compostagem, o espaço que antes era repleto de lixo ganhou também intervenções como bancos, plantações de mudas e grafites nas paredes. A diretora da escola, Beatriz Rocha Gonçalves, 46 anos, acredita que, por meio da ação, a comunidade cuidará mais do local.
— No tempo em que eu era professora, aqui (na Escola Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva) até teve uma horta. Mas, depois, a comunidade começou a jogar lixo por cima do muro e o local ficou abandonado. Eu coloquei, agora, uma tela em cima do muro para que isso não ocorra mais. Acho que, com essa revitalização, os alunos vão enxergar que esse espaço faz parte da comunidade e vão preservar — acredita a diretora.
Além da escola Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva, o projeto de extensão Eco Educadores do UniRitter, composto pelos cursos de Engenharia Ambiental e Sanitária, Biologia e Pedagogia, atende também outras três instituições: Escola Municipal José Loureiro da Silva, Escola Estadual Paul Harris e Escola Municipal Vereador Martim Aranha. Uma vez por semana, alunos com idade entre 10 e 14 anos dos quatro colégios vão até a universidade, onde recebem oficinas e workshops sobre educação ambiental e sustentabilidade.
— O objetivo é estimular a atuação de agentes de transformação da realidade socioambiental da comunidade. A gente pede que os estudantes tragam as questões que desejam trabalhar para que as oficinas sejam focadas nas necessidades deles. Os workshops são focados naquilo que eles veem como problemas, como o lixo jogado na rua, uma praça abandonada ou a falta de saneamento — relata a coordenadora do projeto e professora do curso de Biologia, Mariane Paludette Dorneles.