Você conhece Porto Alegre? Sorte a sua. Quem decidiu adotar a capital gaúcha ou precisa viajar à cidade costumeiramente precisa contar com a boa vontade dos mais experientes para poder descobrir os endereços do município.
Há cinco anos, as esquinas de Porto Alegre estão abandonadas. As placas de rua resistem aos acidentes de trânsito, intempéries e vândalos. Segundo levantamento da Associação Gaúcha das Empresas de Publicidade Ao Ar Livre (Agepal), existem atualmente 5 mil placas de ruas em Porto Alegre. Desse total, 70% está em más condições.
- Hoje não há manutenção. Elas estão em petição de miséria. Há cinco anos nada é feito - reclama Dannie Dubin, presidente da Agepal.
Dubin projeta que o ideal para Porto Alegre seria a instalação de 20 mil novas placas e a manutenção das 5 mil já existentes. Para atingir essa meta, seria necessário fazer um investimento de R$ 10 milhões. Além disso, o desgaste natural da sinalização, o vandalismo e os acidentes exigem mensalmente a substituição de 10% das placas.
Em 2012, o contrato com a concessionária responsável pela instalação e conservação da sinalização expirou e a prefeitura não o renovou. A conclusão do processo licitatório é aguardada até hoje. A concorrência foi lançada em 2015 e não teve interessados. Na ocasião, a prefeitura planejou lucrar com o investimento, o que desmotivou a participação das empresas. A disputa foi relançada em 2016, mas acabou suspensa após questionamentos do Ministério Público de Contas.
A ideia é que o vencedor da licitação faça a manutenção. Os custos viriam da oferta de espaço publicitário no topo dessas placas. Porém, para que o investidor consiga recuperar o investimento, o contrato precisaria ter entre cinco e 10 anos de duração. A projeção da Agepal é que o mercado comporta 5 mil placas com publicidade. As 15 mil restantes seriam instaladas sem propaganda.
A prefeitura de Porto Alegre informa que um Termo de Referência está em elaboração. Os locais sugeridos para instalação das placas estão em análise pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade. Porém, a licitação só deverá ser realizada após dos relógios.