Ele é cercado por uma aura de mistério: uma parte fica escondida atrás de um muro, e o que se vê, para muitos, é um fenômeno da natureza de definição incerta. Apesar disso, sua popularidade é inconteste. Basta cair o dia para os olhares se voltarem para ele, e qualquer tempo bom é pretexto para os porto-alegrenses buscarem uma aproximação com a sua margem.
Segundo maior volume de água do Rio Grande do Sul — atrás apenas da Lagoa dos Patos —, o Guaíba concilia dois postos essenciais: é a principal fonte de abastecimento de Porto Alegre e um dos mais emblemáticos cartões-postais da cidade.
— Temos junto à Capital a conexão de alguns do principais rios do Estado. Isso cria uma relação relevante com a sociedade, gera uma percepção específica das paisagens, sempre com a água ao fundo. Desperta o interesse das pessoas — justifica o doutor em ecologia Jackson Müller.
A despeito de sua importância, o Guaíba é um recurso natural castigado. Recebe água de três dos rios mais poluídos do Brasil — Caí, Gravataí e dos Sinos — e seu projeto de despoluição patina. O desejo da população de se aproximar de suas margens, no entanto, resiste. Além da recém-inaugurada revitalização da orla, nas proximidades da Usina do Gasômetro, é possível usufruir do Guaíba de vários outros ângulos. Tem passeio de barco, almoço à beira do lago, café com vista e ciclovias que levam a uma vista emoldurada da marca registrada de Porto Alegre.
A seguir, seis jeitos de apreciar o Guaíba
No barco Cisne Branco, é possível passar pelas ilhas da Pintada, das Flores, da Pólvora, do Chico Inglês, do Pavão e Grande dos Marinheiros
Na Ilha da Pintada, um dos principais motivos para a visita vem à mesa: o prato com tainha ou anchova assadas na taquara
Arcos em estilo romano no bairro Ipanema enquadram o pôr do sol. O local recebeu bancos e iluminação
Das janelas do prédio projetado pelo arquiteto contemporâneo português Álvaro Siza Vieira, vê-se a paisagem que tem o Guaíba como pano de fundo
Na cúpula aberta da Casa de Cultura Mario Quintana (antigo Hotel Majestic), funciona, há 10 anos, o Café Santo de Casa
Trecho de 1,3 quilômetro entre a Usina do Gasômetro e a Rótula das Cuias foi entregue revitalizado em junho. Parque instalado na área do antigo Estaleiro Só também é opção.