Parque Moacyr Scliar, trecho revitalizado de 1,3 quilômetro entre a Usina do Gasômetro e a Rótula das Cuias, em Porto Alegre, atraiu, mais uma vez, um grande público na manhã de ontem, especialmente quando as nuvens deram lugar a um céu azul. Na outra ponta, na antiga área do Estaleiro Só, o parque provisório do Projeto Pontal, entre a Fundação Iberê Camargo e o BarraShoppingSul, também recebeu muitos gaúchos que têm aproveitado as novas atrações da Capital para curtir mais a cidade.
GaúchaZH deu um giro pelos espaços recém inaugurados, conferindo a infraestrutura e conversando com frequentadores para saber o que eles estão achando das novidades e o que tem de mais legal para curtir no trajeto entre uma e outra.
Lixeiras — A área do deque principal, próximo à Usina, está bem servida de lixeiras, mas, para um dia de multidão – o que vem acontecendo em todos os sábados, domingos e feriados de tempo bom –, não são suficientes. Os cestos estão dispostos em duplas, um maior e um menor, sem indicação de qual se destina ao lixo seco e qual deve receber os resíduos orgânicos. Na manhã de ontem, muitos frequentadores preferiram depositar a erva-mate da cuia no gramado, já que algumas lixeiras não tinham sacos plásticos. Próximo à Usina, por volta das 10h, garis faziam a limpeza das calçadas.
Flanelinhas — Com a presença de agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), membros da Guarda Municipal e policiais militares, a ação dos flanelinhas não ficou muito evidente nas áreas mais próximas à orla. O guardador de um estacionamento improvisado pedia contribuições espontâneas aos motoristas que chegavam, dando a opção de pagamento no momento da chegada ou da saída.
Estacionamento —Ao longo da orla, há trechos onde é permitido estacionar – como na faixa de areia junto ao Parque Harmonia e nos dois lados da via nas avenidas Mauá e João Goulart, por exemplo. Muitos visitantes deixam o carro em pontos mais distantes do Centro e caminham até a beira do Guaíba.
Sanitários — Depois de muito procurar, a reportagem questionou a Guarda Municipal sobre a localização dos banheiros públicos. Um agente indicou os banheiros químicos disponíveis e apenas um convencional já em operação, que não foi possível achar com as orientações recebidas. A área dos restaurantes, que ainda não estão operando, terá sanitários, por ora bloqueados por grades.
CINCO COISAS PARA CURTIR NO TRAJETO
Bancos e arquibancadas
Os bancos nos deques de madeira e as arquibancadas, todos voltados para o rio, são pontos concorridos pelos visitantes da orla. Trata-se de locais ideais para descansar da caminhada ou da pedalada, tomar chimarrão e, principalmente, apreciar o pôr do sol.
O funcionário público Oscar Barros, 61 anos, aproveitava um ponto sem movimento de uma das arquibancadas para reler O Cortiço, de Aluísio Azevedo.
— Esse convívio que a gente vai ter com o rio vai ser muito bacana — comemorou Barros.
Hilton Serpa Lopes Júnior, 49 anos, administrador, e Janaína Moreira da Silva, 36 anos, gerente de loja, levaram o cachorro Rod Stewart para passear. O casal curtiu a vista desde um banco no deque maior.
— Está maravilhoso. Antes tinha praticamente só a calçada, e agora toda essa estrutura com madeira, que ficou aconchegante — opinou Hilton.
Mirante
A obra de arte Olhos Atentos, doada à cidade pela Bienal do Mercosul, é um dos melhores locais para apreciar a paisagem e tirar fotos. Funcionários da prefeitura controlavam, neste final de semana, o vaivém de frequentadores — a estrutura comporta, no máximo, 20 pessoas simultaneamente. A orientação é que a entrada seja bloqueada nos momentos de pico de movimento, o que chegou a ocorrer neste sábado.
O funcionário público federal aposentado Cláudio Antônio Machado, 70 anos, e a filha Safira, 10 anos, comemoravam a possibilidade de finalmente terem conseguido subir na estrutura metálica.
— Tentei vir ontem (sábado), mas isso aqui estava assim, ó — disse ele, sinalizando com a mão o grande público. — Está maravilhoso.
A última vez que o aposentado havia visitado o local foi quase uma década atrás, em 2009.
— Meu final de semana é na Redenção. Agora acho que a Redenção vai perder gente — previu.
Exercícios
Além da ciclovia e das pistas para caminhada, há aparelhos de ginástica voltados, claro, para a grande atração: o Guaíba. Durante a atividade física, o praticante pode apreciar a paisagem enquanto ouve música — e nem percebe o tempo passar.
Food trucks
Enquanto bares e restaurantes não são abertos, uma boa variedade de lanches e bebidas é oferecida em food trucks. Há espetinhos, pizzas, hambúrgueres, crepes, sorvetes, cervejas artesanais e sucos.
Selfie
No parque provisório do Projeto Pontal, na Zona Sul, formam-se filas para fazer fotos em frente a um letreiro com a inscrição I love POA (Eu amo Porto Alegre, na tradução do inglês, com um coração representando o "amo"), quase na beira do Guaíba. É um ponto bonito para registrar uma recordação, que lembra estruturas semelhantes presentes em outras cidades do Brasil e do mundo.