Terminou com final feliz a história de uma família que percorreu as ruas de Porto Alegre atrás de um parente desaparecido. Isso graças a uma postagem nas redes sociais feita pela economista Denise Back Balassiano, 33 anos – ela e os vizinhos estranharam a presença de Renato Pinheiro, 32 anos, em uma praça do bairro Boa Vista e se preocuparam com o fato de ele falar pouco.
Morador de São José do Norte, no sul do Estado, Pinheiro tem deficiência mental e se perdeu enquanto acompanhava, junto com um irmão, a mãe em uma consulta no Hospital Santa Casa na quinta-feira (29). Sozinho, ele deixou o hospital e foi até a Praça Professor Leonardo Macedônia, distante 4,6 quilômetros, onde sentou-se em um banco e permaneceu até esta segunda-feira (3). Denise, que mora em frente ao local, percebeu que não se tratava de um morador de rua e começou a se questionar porque o homem passava os dias ali.
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– Ele passou frio, chuva e não saía daquele banco. Toda a vizinhança ofereceu ajuda e comida. Mas ele falava pouco – conta a economista.
Enquanto isso, familiares de Pinheiro deixaram Rio Grande para procurá-lo na Capital. Catiane Pinheiro, 38 anos, chegou na sábado (1º) pela manhã e começou a andar de rua em rua à procura do irmão.
– Eu caminhei com a minha sobrinha por Cidade Baixa, Centro, Mercado Público. Conversamos com moradores de rua, com usuários de drogas, com muita gente, na esperança de que alguém soubesse onde estava o meu irmão – relata.
Ela e a sobrinha passaram a noite no jardim da Santa Casa, comeram sopa que foi distribuída em uma igreja e perambularam por diferentes bairros. O domingo amanheceu, e elas seguiam sem notícias. Na segunda-feira, Denise ainda observava o homem – que ela não sabia sequer o nome –, que não deitava nem para dormir.
A economista resolveu tirar uma foto e publicar no Facebook. Uma hora depois, uma mulher a marcou em um post de um grupo na rede social que anunciava o desaparecimento de Pinheiro. Pela roupa, ela o reconheceu e, imediatamente, ligou para o número que estava na publicação. O contato era do irmão de Pinheiro.
O reencontro da família foi na própria praça, sob olhares de moradores da região e de policiais civis, comunicados pelos parentes de Pinheiro.
– Nossa, tivemos muita sorte. Tudo deu certo. Ele foi parar em um local cercado de pessoas boas – afirma Catiane, aliviada.
Denise, que contou com vizinhos para ajudar Pinheiro, também se emocionou:
– Todos estávamos preocupados com ele. A minha maior preocupação era com a família dele. Tenho filhos e podia imaginar o desespero da mãe dele.