Depois de a prefeitura anunciar que não fará mais aportes para fechar as contas da Carris, o prefeito Nelson Marchezan disse, em entrevista ao Gaúcha Atualidade na manhã desta terça-feira, que, caso não se encontre um "plano viável" para a empresa nas próximos meses, ela pode ser privatizada.
Somente no primeiro semestre de 2017, a empresa recebeu R$ 20 milhões em aportes – no ano passado, o prejuízo foi de R$ 55 milhões.
– Buscamos profissionais no mercado, sem indicações partidárias, para tentar salvar a Carris. Em nenhum momento a prefeitura fechou portas para qualquer alternativa que estanque essa sangria – afirmou Marchezan.
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Durante a entrevista, o prefeito disse que há um "problema gigantesco de irregularidades" na empresa. Citou, por exemplo, o fato de servidores terem recebido uma premiação por desempenho no ano passado, "mesmo a empresa tendo prejuízo e sendo multada por não atingir algumas metas da EPTC". Segundo Marchezan, a situação em que se encontra a empresa foi "cavada por uma parte de seus servidores".
– Nós temos problemas gigantescos, todos que se pode imaginar, dentro da Carris. A empresa não atingiu nem algumas metas da própria EPTC. Ou a gente acha um plano viável para a Carris nas próximas semanas, nos próximos meses, ou o futuro será que continue uma empresa de ônibus, mas que a prefeitura não seja mais a sua comandante – ressaltou.
Presidente do Sindicato dos Rodoviários da Capital, Adair da Silva diz que Marchezan está "jogando a culpa" aos servidores por uma crise que seria resultado da má administração da companhia.
– O gestor da Carris é a prefeitura. Ele, que assumiu a gestão, tem de descobrir onde está o problema e achar uma solução. Como é que ele joga a culpa nos trabalhadores? – rebate Adair. – A Carris tem quase 2 mil funcionários. Se for privatizada, quantos serão demitidos? O sindicato é totalmente contrário à privatização e vai lutar para que isso não aconteça.
Ouça a entrevista na íntegra: