O juiz da 10ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, Eugênio Couto Terra, determinou que a Central de Tratamento de Resíduos Líquidos (Cettraliq) cubra, em até 20 dias, duas lagoas de decantação e um reservatório que armazenavam resíduos. A empresa teve as atividades suspensas em agosto passado por suspeita de ser a responsável pelo cheiro e gosto na água da Capital. O magistrado determinou ainda que a Fepam retire os lacres das lagoas para que a água da chuva possa escoar para o Guaíba.
– Isso porque, mesmo com o esgotamento das águas pluviais, poças ou pequenos acúmulos de água podem se formar e servir de criatório para vetores, pois é sabido que até em quantidades pequenas de água parada desenvolvem-se larvas – disse o juiz.
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Em seu site, a Cettraliq afirma que concluiu a retirada de todo o resíduo líquido que estava nas lagoas e nos tanques em 4 de janeiro deste ano. "Foram transportadas 61 cargas de caminhões-tanque, destinando os 2.600 metros cúbicos de efluentes para uma estação localizada em Joinville (SC)", destaca a empresa, em nota.
A empresa sustenta que não foi responsável pelo cheiro e pelo gosto da água distribuída pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). "A equipe técnica segue alertando que é possível que haja permanência de odores na região mesmo após o esvaziamento da planta porque a causa do problema não é a empresa nem a atividade que desenvolvia. Para a Cettraliq, outros problemas, não identificados nem investigados pelas autoridades, deram causa aos odores pelos quais a empresa está sendo processada", acrescenta a nota.
O mérito sobre a responsabilidade da empresa ainda não foi julgado. Uma audiência está marcada para 29 de junho.