O deputado estadual Jeferson Fernandes (PT) foi detido, na noite desta quarta-feira (14), durante reintegração na Ocupação Lanceiros Negros, na esquina das ruas General Câmara e Andrade Neves, em Porto Alegre. Fernandes e os moradores da ocupação participavam de uma audiência pública na Assembleia Legislativa, em resistência à medida judicial. Além do parlamentar, ao menos outras duas pessoas foram detidas pela BM.
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Após a prisão, o político foi até o Palácio da Polícia para registrar ocorrência sobre a ação da BM. No local, os deputados estaduais Edegar Pretto, presidente da Assembleia Legislativa, e Adão Villaverde e a deputada federal Maria do Rosário – todos do PT –, o acompanharam.
Conforme Pretto, Fernandes estava na ocupação como representante da Assembleia – antes, participava da audiência pública que debatia a situação da comunidade. Primeiramente, o encontro estava programado para acontecer no Plenarinho, por volta das 18h desta quarta, mas os presentes no local decidiram fazer o ato na ocupação após ser informado que a BM estava realizando a reintegração de posse.
– Todos sabiam que ele era um parlamentar, ele se identificou, mesmo assim foi preso, deitado no chão, chutado e recebeu golpes de cassetete e gás lacrimogêneo no rosto. O poder legislativo foi afrontado violentamente em uma ação como essa – disse.
Após ser preso, os policiais teriam circulado com Fernandes por diversas vias do centro da Capital antes de soltá-lo em frente ao Theatro São Pedro, no centro da Capital, conforme relato do presidente da Assembleia.
O comandante do policiamento da Capital, coronel Jefferson Jacques, disse que a BM deteve o deputado após decisão do oficial de Justiça responsável pela reintegração:
– A ação foi por ordem do oficial de Justiça, que (pediu que) ele fosse contido e removido do local, e assim foi feito. Ele foi removido, aguardou em um perímetro afastado até que o oficial comparecesse ao local e o liberasse.
Jacques, disse que a BM empregou o uso da força após identificar resistência dos manifestantes.
– Fizemos a interlocução após a preleção do oficial de Justiça. Os ânimos se acirraram, não houve recuo por parte das pessoas. Então, tivemos que empregar o uso da força – afirmou.
Por meio de sua conta no Facebook, Jeferson Fernandes condenou a ação da BM, afirmando que a intervenção da polícia foi "um espetáculo de truculência e excesso de violência".
"Abuso de poder! Deputado Jeferson Fernandes, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia foi agredido e algemado ao tentar negociar pacificamente com o comando da BM, em frente à Ocupação Lanceiros Negros", diz um trecho do comunicado:
*Zero Hora com informações da Rádio Gaúcha.