Menos de dois meses depois do sumiço de um dos painéis escultórios do Monumento ao General Bento Gonçalves, na Avenida João Pessoa, em Porto Alegre, aquele que restava no monumento também desapareceu do local.
A obra, em bronze, foi feita em 1935 por Antônio Caringi em seu ateliê em Munique, na Alemanha. A inauguração ocorreu em 15 de janeiro de 1936 na cerimônia de encerramento das comemorações do Centenário Farroupilha (1835-1935).
– Não tem como dizer qual o valor dessa peça. O artista já morreu. A meu ver, é incalculável – diz o presidente da Comissão de Monumentos da Secretaria Municipal da Cultura, Sergio Tomasini.
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Tomasini se disse surpreso com o sumiço do segundo painel. Isso porque, ao contrário da placa levada em março, que estava sem moldura, a que ficou no local parecia protegida pelo contorno, em pedra. Segundo a prefeitura, que soube do furto por meio da reportagem, a Guarda Municipal foi ao local para averiguar a situação e recolher os pedaços da moldura, deixados ao pé do monumento.
O primeiro painel a desaparecer do monumento não foi localizado. A prefeitura solicitou imagens das câmeras da segurança do Centro Integrado de Comando (Ceic) posicionadas nas proximidades para tentar identificar os ladrões, mas chegou tarde demais: como os registros são armazenados por apenas 10 dias, não foi possível averiguar o que ocorreu no dia do furto.
Conforme o presidente da Comissão de Monumentos, ainda não se sabe o que será feito a respeito dos painéis furtados. É possível que o delito tenha consequências históricas: como não foram feitos moldes das placas, a reprodução delas pode ser inviabilizada.
– Não temos orçamento ainda. Estamos tentando uma parceria com a UFRGS para utilizar um scanner 3D nos monumentos e fazer reproduções em resina, mas ainda não tem nada formalizado. A intenção é recuperá-lo, mas teremos de fazer testes para ver se será possível, qual será a técnica utilizada, e que tipo de material será necessário – afirma Tomasini.