Um dia depois do encerramento das atividades do Hospital Parque Belém (HPB), localizado na zona sul de Porto Alegre, a Secretaria de Saúde da Capital reitera que não investirá recursos para socorrer instituições privadas e que atua de igual forma com todos os hospitais parceiros.
O médico Luiz Augusto Pereira, presidente da Associação Sanatório Belém, mantenedora do HPB, alega que só fechou as portas por falta de convênio com a prefeitura.
– Nós sempre trabalhamos diretamente com leitos SUS e tínhamos a esperança de um novo contrato com a atual gestão de Porto Alegre – argumenta.
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A prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, explica que a casa de saúde não segue as normas exigidas pelo Ministério da Saúde para possibilitar o convênio – o que é feito com outros hospitais da cidade. Mas a mantenedora do Parque Belém reclama da posição da Administração porto-alegrense.
– Temos todas as condições legais para fazer a contratualização de leitos pelo SUS – garante Pereira.
Enquanto isso, as portas do hospital seguem fechadas. Na quarta-feira (24), os poucos pacientes da instituição, todos da ala psiquiátrica – a única ainda em funcionamento –, foram liberados ou transferidos. Além disso, os cerca de 50 funcionários (entre médicos, enfermeiros e técnicos) foram dispensados, mas sem garantia do pagamento dos direitos trabalhistas.
O hospital
O Parque Belém conta com 200 leitos, além de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), cinco salas de cirurgia e equipamentos para realização de exames e tratamentos. Fundado em maio de 1940, a casa de saúde já esteve a pleno funcionamento, com quase a totalidade dos leitos ocupados e uma equipe de 480 profissionais. De acordo com o presidente da mantenedora, Luiz Augusto Pereira, os problemas financeiros enfrentados pelos poderes públicos impactaram na sustentabilidade dos negócios.