Passou só um mês e foi o suficiente para a cesta básica de Porto Alegre ficar R$ 26,97 mais cara aqui. O conjunto de 13 produtos pesquisados todos os meses pelo Dieese passou a custar R$ 464,19.
A alta foi de 6,17% na passagem de março para abril. A maior do país, fazendo com que a cesta de Porto Alegre também ficasse a mais cara.
Alguns alimentos dispararam de preço, como o tomate e a batata. Mas, no total, foram oito produtos com aumento: o tomate (64,69%), a batata (26,64%), o café (2,90%), a farinha (2,80%), a banana (2,62%), a carne (2,22%), o leite (2,03%) e a manteiga (1,45%).
Motivos: os vilões e os mocinhos
Batata: as chuvas reduziram a oferta e houve maior demanda pelo produto na Semana Santa. Tomate: o fim da colheita da safra de verão e o clima mais ameno, que diminuiu o tempo de maturação do tomate da safra de inverno, reduziram a quantidade do alimento à venda.
Em sentido inverso, os itens que ficaram mais baratos são: o feijão (-8,26%), o óleo de soja (-6,30%), o açúcar (-4,32%) e o pão (-0,47%). No ano, a variação ficou em 1,13%. Em 12 meses, em 8,73%. É o dobro da inflação. Tomate, manteiga e banana puxam o aumento nesta comparação.
O salário mínimo necessário deveria ser de R$ 3.899,66, ou seja, 4,16 vezes o mínimo de R$ 937. O Dieese sempre faz este cálculo considerando o estabelecido na Constituição de que o mínimo deveria ser suficiente para sustentar uma família.
"O trabalhador com rendimento de um salário mínimo necessitou, em abril, cumprir uma jornada de 108 horas e 59min para adquirir os bens alimentícios básicos. Essa jornada foi maior do que a registrada em março (102 horas e 40 min) e maior do que em abril de 2016 (106 horas e 44 min)”, calcula o Dieese.