Após relatar que a prefeitura da Capital teria problemas para honrar compromissos financeiros a partir de março, uma nova previsão foi apresentada nesta segunda-feira pela Secretaria da Fazenda. De acordo com o titular da pasta, Leonardo Busatto, os R$ 90 milhões economizados em janeiro e fevereiro, a partir de medidas de ajuste, deram fôlego às contas municipais. Assim, o período mais difícil ficará para o segundo semestre, com os primeiros reflexos sentidos ainda em maio.
– Vamos ter que fazer escolhas. E essas escolhas terão que ser compartilhadas com a sociedade, com o governo e com a Câmara de Vereadores – relata Busatto.
Apesar da previsão, o secretário afirma que medidas de contenção de despesas poderão atenuar o impacto das dívidas ao longo do ano. Nas próximas semanas, um pacote de projetos de austeridade será encaminhado pelo prefeito Nelson Marchezan ao Legislativo municipal. Neste momento, a prefeitura articula apoio às medidas, algumas delas de corte de benefícios.
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A despesa mensal mais significativa é com pessoal, cerca de 60% da arrecadação. A prefeitura não descarta atrasos e parcelamentos, embora a possibilidade ainda seja pequena. Há a possibilidade de cortes em repasses para convênio que mantêm creches comunitárias, obras, tapa-buraco, entre outros. No entanto, Busato afirma que haverá discussões com servidores, sindicatos e entidades antes de qualquer medida extrema.
Valores
De acordo com a prefeitura, a previsão de déficit da prefeitura até o final do ano é de R$ 732 milhões. No entanto, a conta inclui saques no Caixa Único realizados no ano passado (R$ 143 mi), que não precisam ser pagos imediatamente; a antecipação de IPTU definida ainda pelo prefeito José Fortunati (R$ 115 mi), que pode ser repetida por Marchezan neste ano; atrasos de fornecedores referentes à gestão anterior (R$ 343 mi). Nesse último caso, o município chamará os credores e tentará negociar. Em 2017, os pagamentos a fornecedores está em dia.
* Rádio Gaúcha