Depois da polêmica gerada pelo envio de um documento a diretores de escolas municipais que informava a diminuição na quantidade de carne destinada às instituições de ensino para a merenda, a prefeitura de Porto Alegre recuou. Nesta segunda-feira, a administração municipal garantiu que "não há e não haverá diminuição da alimentação dos estudantes por falta de recursos"
Entretanto, no prato dos alunos da Escola Governador Ildo Meneghetti, a maior da rede municipal, a única coisa que tinha, ao meio-dia, era feijão e arroz (com um pouco de milho e ervilha misturados). A instituição, localizada no bairro Rubem Berta, não recebeu da prefeitura nenhum tipo de carne e nem ovo para servir de almoço no primeiro dia de aula, conforme a diretora Angelita Porto e Silva.
Leia mais
Dúvidas marcam a volta às aulas em escolas municipais de Porto Alegre
Secretário diz que desconhecia memorando
Associação de professores diz que aulas começaram no mesmo horário do ano passado
A cozinheira Mara Regina Menezes, 47 anos, conta que ela mesma levou o tempero para dar algum sabor à refeição modesta das crianças:
– Eu trouxe o "Sazon" e a cebola de casa. Tem crianças que dependem desse almoço, isso é tudo para eles.
A cozinheira trabalha há cinco anos no colégio e diz que nunca precisou servir variedade tão pequena aos alunos. Mara e Angelita afirmam que a prefeitura sempre encaminhava carne ou ovo, salada e alguma fruta para a refeição.
A Secretaria Municipal de Educação (Smed) informou, por meio de sua assessoria, que o fato ocorrido na Ildo Meneghetti foi um equívoco que pode estar relacionado a problemas no estoque ou com fornecedor. Segundo a secretaria, nenhuma outra escola relatou problema semelhante até o momento. A assessoria da pasta reforçou que não haverá reduções nos itens do cardápio escolar e que eles seguem orientação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).