A secretária municipal de Desenvolvimento Social, Maria de Fátima Záchia Paludo, reuniu-se com o vice-presidente do Inter, João Patrício Herrmann, na manhã desta quinta-feira, para discutir a retirada da tela instalada na orla do Guaíba, próximo ao cruzamento da Avenida Edvaldo Pereira Paiva com a Avenida Ipiranga. Os representantes não chegaram a uma decisão – antes, vão realizar uma nova reunião com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smams).
A estrutura de quase meio quilômetro de extensão e aproximadamente cinco metros de altura foi instalada no final do ano passado pelo clube ao lado do Parque Marinha do Brasil para limitar campos de futebol que seriam utilizados para treinamento da Escola Rubra durante a semana e pela comunidade aos finais de semana e feriados. O Inter foi notificado em dezembro para remover as telas – a prefeitura alegou que a instalação não estava prevista no convênio firmado.
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A secretária de Desenvolvimento Social afirma que "daquele jeito, não ficará":
– (As telas) são muito altas e muito coloradas. Pintar de vermelho que nem tem no Parque Gigante?
Maria de Fátima afirma que, por se tratar de uma área pública, não poderia ser cercada sem autorização dos órgãos da prefeitura. Mas ela acredita que a utilização do espaço por crianças ao lado de uma avenida movimentada precisa ser levada em consideração. Antes de marcar a data da reunião, ela vai pedir um parecer da Procuradoria-Geral do Município (PGM).
– Precisamos ver com a PGM se existe a possibilidade de uma estrutura baixa, para que a criança não saia correndo, e consultar também a Smams, pois é uma área de preservação – explica.
O vice-presidente do Inter garante que o clube fará as correções necessárias. Mas ele não diz se a tela será retirada.
– A gente não vai fazer nenhuma correção antes de sentar com a Smams, fazer mais uma rodada (de reunião) com órgãos da prefeitura, para ter uma posição do que eles querem exatamente – relata.
Herrmann destaca que o clube vai buscar uma solução junto à prefeitura que garanta a segurança dos usuários e do patrimônio:
– Nós teremos crianças lá dentro e vamos colocar banheiro, equipamentos lá.
Leonardo Menezes, sociólogo vinculado à Escola Rubra, acrescenta também que a tela de aproximadamente cinco metros de altura serve para impedir que a bola seja lançada para avenida, o que poderia gerar algum acidente.
O convênio para a utilização do espaço renderia mais 150 vagas para crianças e adolescentes em projetos sociais do clube, mas o começo das aulas depende da adequação do espaço, de acordo com Menezes.