Iniciadas em outubro de 2015, as obras da orla deveriam ser concluídas nos dois próximos meses pelo cronograma inicial. Mas porto-alegrenses e turistas terão que esperar um pouco mais para para "caminhar sobre a água" em passarelas metálicas e assistir ao pôr do sol mais famoso da cidade nos decks de madeira: a coordenação da obra pediu a prorrogação do prazo para outubro deste ano.
O arquiteto coordenador Oscar Eduardo Coelho afirma que, ao longo de 2016, a obra andou em ritmo mais lento em função de não ter o recurso internacional assegurado: o contrato com a Corporação Andina de Fomento (CAF) foi assinado apenas em dezembro. Ele destaca que, neste ano, o consórcio executor tem a condição de aumentar o ritmo, porque tem a garantia de que vai receber.
– Agora a gente quer correr atrás do tempo perdido – diz , lembrando ainda que houve um atraso de dois meses em função do alagamento da área, que levou à reavaliação das cotas de nível dos decks e das edificações.
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Coelho afirma que há cerca de cem funcionários trabalhando no local e que 70% da obra foi concluída. Assegura que foi realizada a parte mais difícil de infraestrutura, como as fundações em água e instalação de redes de média tensão, esgoto, água e gás, e lembra que a Praça Júlio Mesquita foi entregue no final do ano passado. Mas também há trabalhos que ainda não começaram, como o restauro de monumentos e a construção de duas quadras esportivas – elas devem ser feitas próximo à entrada do parque de obras, mas ainda não foram iniciadas em função da grande circulação de caminhões e máquinas no local, segundo Coelho.
Apenas na reta final dos trabalhos executados pelo consórcio Orla Mais Alegre, os vários tons barrosos que tomam a orla hoje vão dar lugar a uma ciclovia e um extenso gramado.
Veja o andamento de...
Restaurante Quase Meia-Noite: sobre as águas do Guaíba, o espaço em formato de círculo teve o piso e a cobertura metálica instalados, além de uma extensa rampa. Está recebendo o telhado de vidro e, em breve, será colocado o piso e as esquadrias, no mesmo material. Faltarão os acabamentos – como louças, metais, pinturas e revestimentos – para concluir o restaurante, que recebeu o nome por se assemelhar a um relógio se visto de cima. Situação: 50% concluído.
Decks de madeira: há, ao longo do 1,3 quilômetro de obras, quatro decks em madeira itaúba, com bancos feitos do mesmo material. Os dois mais próximos ao Gasômetro, estão concluídos, de acordo com o coordenador da obra. Falta terminar a colocação da madeira nos dois decks perto da Rótula das Cuias. Situação: 95% concluídos.
Ancoradouro: atrás da Usina do Gasômetro, está sendo construído o ancoradouro para barcos de passeio. Coelho lembra que houve dificuldades para fazer as fundações em água, fase que já foi superada. A estrutura metálica foi instalada, e funcionários trabalham para colocar a madeira, etapa que será concluída nos próximos dias, segundo o coordenador. Situação: 80% concluído.
Postes inclinados: talvez o que mais chama a atenção de quem passa pela Avenida Edvaldo Pereira Paiva, os 47 postes inclinados em direção ao Guaíba já foram instalados. Eles ainda receberão iluminação LED, com efeitos cênicos que devem valorizar os detalhes da obra. Situação: 100% dos postes foram instalados.
Prédios: Os oito prédios em terra foram construídos, e equipes trabalham na alvenaria e paredes internas. Ainda será necessário fechá-los em vidro. Quatro desses prédios abrigarão bares, dois devem ser utilizados por ambulantes que trabalhavam em tendas na orla, um será destinado à segurança e, outro, para vestiários. A laje deles, no mesmo nível da Avenida Edvaldo Pereira Paiva, servirá como mirante, e essas edificações serão ladeadas por arquibancadas até o chão. Situação: 70% concluídos.
Passarelas metálicas: Já foram instaladas as duas passarelas metálicas, projetadas para que as pessoas possam passear sobre o Guaíba. A maior delas, promete gerar boas fotos, por dar a impressão que termina na chaminé do Gasômetro. Situação: 100% concluídas.
Aditivo de R$ 3 milhões
A obra da orla tem o investimento de R$ 65 milhões, com financiamento da Corporação Andina de Fomento (CAF). Mas a equipe de fiscalização solicitou à prefeitura um aditivo de R$ 3 milhões. Coelho afirma que a medida é necessária em função de alterações no projeto da rede subterrânea de energia elétrica, mudanças no projeto luminotécnico (alguns equipamentos passaram para LED) e outros serviços, como a necessidade de executar a travessia de rede de esgoto na Avenida Presidente João Goulart.