O verão dos cerca de 150 mil frequentadores das sete piscinas públicas de Porto Alegre ainda não foi garantido. A retirada de 45 funcionários da Cootravipa que no período de verão reforçavam a equipe das piscinas estaria impedindo a Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer (SME) de apontar a data de início das atividades. Para piorar a situação, não serão abertas duas das mais populares instaladas no Centro de Comunidade George Black (Cegeb), no Bairro Medianeira, e no Centro de Comunidade Vila Elizabeth (Cecove), no Bairro Sarandi. Segundo o secretário da SME, José Edgar Meurer, dez funcionários foram contratados de forma emergencial e outros 25 deverão ser chamados em processo semelhante, que deverá ter uma definição na próxima sexta-feira. Mesmo sem a estrutura de anos anteriores, a Secretaria pretende bater o martelo sobre a data ainda nesta semana.
– A meta é abrir em 2 de janeiro, mas precisamos confirmar se teremos mais funcionários nas funções de apoio – disse o secretário.
Fim definitivo do Cegeb
José Edgar ainda enfrenta outros dois problemas: o vandalismo e o envelhecimento da estrutura das piscinas, que têm quatro décadas de uso. No Cecove, assim como ocorreu na temporada anterior, a piscina seguirá fechada por conta das invasões e das depredações. A área da Vila Elizabeth costumava receber até 500 pessoas por dia antes de se tornar alvo dos vândalos em 2015 e no início da temporada passada. O caso mais grave ocorreu logo na abertura da temporada mais recente: além de invadirem e sujarem as piscinas infantil e adulta na madrugada, depredaram a tubulação, causando a explosão de um dos dois filtros da piscina e o alagamento da casa de máquinas por 330 mil litros de água. Depois de dois anos enfrentando a mesma situação, a SME decidiu não abrir as portas do Cecove em 2017.
Já a piscina do Cegeb, que no ano passado sofreu com os furtos e até um assassinato, foi interditada por apresentar rachaduras irrecuperáveis. Única piscina suspensa entre as sete, a área precisaria ser destruída e reconstruída - num cálculo que nem passou pela ideia da prefeitura.
– A piscina do Cegeb, infelizmente, não voltará a funcionar. Prefiro ser cobrado pelo fechamento dela do que pelas mortes que poderiam ocorrer em caso de rompimento da estrutura – sustenta o secretário.
Outra questão que deverá ser solucionada é sobre a reabertura do Centro de Comunidade da Vila Ingá (Cevi), no Passo das Pedras, deverá retomar as atividades neste ano depois de uma temporada fechada devido à falta de segurança para lidar com 20 famílias ex-moradoras da Vila da Mata, no mesmo bairro, que estão alojadas há um ano num prédio da Fasc ao lado da área da piscina. O secretário garante que haverá segurança 24 horas na área - o temor era de que as crianças da ocupação pudessem tentar entrar nas piscinas quando não houvesse monitores por perto.
Duas garantidas
Das outras outras piscinas ainda sem destino certo nesta temporada – Centro de Comunidade da Vila Floresta (Cecoflor), Centro da Comunidade Primeiro de Maio (Ceprima), Centro de Comunidade da Vila Restinga (Cecores) e Centro de Comunidade Parque Madepinho (Cecopam)– apenas as do Cecoflor e do Cecores têm funcionamento garantido pelo secretário.
– São as que estão mais adiantadas nos trabalhos de preparação, só à espera da data de abertura – reforça José Edgar.
No Jardim Floresta, o piscineiro João Pedro Valenzuela, 57 anos, que durante o ano atua no Ginásio Tesourinha, é o encarregado pela limpeza e pela manutenção da piscina de 25 metros que costuma receber até 500 visitantes diariamente para recreação e aulas de natação e hidroginástica. A cada uma hora, ela recebe cloro e é aspirada pelo menos uma vez por dia.
– Há moradores que esperam o ano inteiro por estes dias de lazer. Nosso trabalho é deixar tudo pronto para a diversão deles – resume João Pedro.