Os seis casarões localizados na Rua Luciana de Abreu, no Bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, começaram a ser demolidos na tarde desta sexta-feira (23). A construtora Goldsztein foi autorizada a realizar os trabalhos após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negar recurso do Ministério Público Estadual, declarando que o conjunto de casas não possui valor histórico-arquitetônico e não teriam sido construídas pelo arquiteto alemão Theo Wiederspahn.
Com isso, a construtora está autorizada a remover as seis casas, de números 242, 250, 258, 262, 266 e 272. Os trabalhos, inclusive, já iniciaram nesta tarde, e gerou revolta de moradores da região, que defendem a preservação dos casarões como patrimônio histórico.
A polêmica envolvendo a demolição das casas já soma 14 anos de disputa judicial. Em 2002, a empreendedora fechou uma negociação para a construção de um prédio de 16 andares no terreno onde estão os casarões. No ano seguinte, o MP ajuizou uma ação para tentar impedir os trabalhos alegando que o conjunto é patrimônio histórico do município.
O caso só ganhou maior visibilidade em 2013, quando moradores e grupos em defesa do patrimônio histórico organizaram protestos na Rua Luciana de Abreu pela manutenção das casas. No mesmo ano, o MP e a incorporadora negociaram um acordo para que três dos seis casarões fossem mantidos. No entanto, segundo o advogado da Goldsztein, Milton Terra Machado, o acordo não evoluiu.
As construções na Rua Luciana de Abreu são da década de 1930 e têm um grande valor histórico e afetivo para os moradores do bairro. Durante o período de disputa judicial, o Tribunal de Justiça decidiu que as casas não têm valor excepcional que justifique a inclusão no Patrimônio Histórico. O Ministério Público recorreu, mas não teve sucesso.