O projeto que permite a presença de doulas em hospitais durante o parto deve ser votado nos próximos dias na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. A data será definida na próxima reunião do Colégio de Líderes da Casa, na próxima quinta-feira.
Segundo a autora da proposta, a vereadora Jussara Cony (PCdoB), a doula auxilia para que a mulher tenha um parto humanizado, tranquilizando os pais e indicando quais as melhores posições e formas de respiração para diminuir o desconforto. As doulas são contratadas para orientar e acompanhar a grávida durante toda a gestação até o período pós-parto.
– A presença de doulas traz inúmeros benefícios para a gestante e para o bebê, como a redução do tempo de parto e redução do uso de anestesias – diz.
O texto, que foi modificado após discussões com profissionais da saúde, da sociedade em audiências públicas, é contestado pelo vereador Thiago Duarte (DEM). O parlamentar argumenta que o grande problema é que ser doula não é uma profissão e que muitos locais mal tem espaço para atender aos pacientes e familiares. Segundo Duarte, não é possível obrigar uma entidade a receber uma pessoa que não faz parte de seu corpo clínico.
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Jussara Cony garante que o projeto não traria ônus para os hospitais públicos e privados, pois o contrato seria feito pela gestante. Segundo Juliana Pena, coordenadora da Associação de Doulas do Rio Grande do Sul, a entidade se prontifica a informar quais são as mulheres que fazem esse trabalho, que tem por objetivo colaborar e não intervir durante o nascimento.
A nutricionista Andréa Alexsandra Silva Carlos decidiu na segunda gravidez que contrataria uma doula.
– Queria um parto humanizado e a doula me orientou, ajudou no preparo da parte psicológica e fisiológica e fez com que eu fosse para a sala de parto mais tranquila – comenta.