O sindicato que representa os Centros de Formação de Condutores (CFC) em Porto Alegre criticou o projeto aprovado pelos vereadores, na quinta-feira, que proíbe exames e aulas práticas em horários de pico na cidade. A medida vale para os intervalos entre 7h30 e 9h30 e entre 17h e 20h, e se refere apenas a vias de muito movimento.
De acordo com o presidente da entidade, Edson Luis da Cunha, além de ser inconstitucional, o projeto é inviável, já que muitos CFCs estão localizados ao lado ou nas próprias avenidas de grande fluxo. Segundo ele, é impossível que, em algum momento, os carros não tenham que utilizar essas vias para fazer os deslocamentos.
Ele destaca também que, atualmente, os instrutores trabalham em dois turnos. Das 6h às 14h e das 14h às 22h. Se o projeto for sancionado, esses horários teriam que ser modificados, e isso iria acarretar na demissão de vários funcionários.
O autor da proposta é vereador Cláudio Janta (SD). Conforme o vereador, a punição pelo não cumprimento da medida vai ser determinada pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), que também definirá, na regulamentação, quais serão as ruas e as avenidas em que as aulas de direção serão vetadas nesses horários.
Janta citou algumas vias de maior movimento, como Ipiranga, Bento Gonçalves, Protásio Alves e Assis Brasil. Ele justifica que a ideia é dar mais fluidez ao trânsito.
Aprovado na Câmara, o projeto agora irá para análise da prefeitura, que poderá sancioná-lo ou vetá-lo. O Sindicato dos CFCs garantiu que irá convidar o vereador Cláudio Janta para discutir a medida e fazer com que ele volte atrás. A ideia, segundo o presidente da entidade, é mostrar que a proposta é impraticável e fazer com que a prefeitura não a sancione.