Ir ao Parque da Harmonia pode ser uma boa oportunidade para colocar um calçado confortável, separar a máquina fotográfica e fazer turismo pelo Acampamento Farroupilha – seja você do Rio Grande do Sul ou de fora do Estado.
Até o final do evento, no dia 20 de setembro, estão programadas mais quatro edições abertas ao público da Caminhada Guiada do projeto Turismo de Galpão. Por cerca de uma hora, é possível visitar alguns piquetes e aprender sobre símbolos da cultura do Estado e peculiaridades do evento.
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– A gente quer incluir o turista e também o próprio porto-alegrense, que muitas vezes acaba se desvinculando de suas raízes, para fazer esse resgate da tradição – explica o guia Roque Lemanski.
Na manhã dessa terça-feira, um grupo de aproximadamente 25 estudantes do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) não se importou em sujar os pés de lama – que por si só já é tradicional no Acampamento – para participar da atividade.
– A iniciativa é muito interessante, porque as pessoas que visitam sozinhas ficam com vergonha de entrar nos piquetes, de perguntar, acham que estão incomodando – opina a promotora de eventos Adriana Morales, 42 anos, aluna do curso de Gestão Desportiva.
Pilchado, o professor Orlando Lemos, 74 anos, viu o grupo andando entre os piquetes e resolveu acompanhá-lo em parte do percurso.
– Eu vi um homem dando explicação e pensei: vou entrar no grupo. A história do RS é muito rica. Tem gente que sabe alguma coisa e acha que sabe tudo, mas tem muita coisa a aprender ainda – diz o gaúcho de Cachoeira do Sul, que visitava o evento pela quarta vez na vida (todas elas, com chuva).
Do primeiro CTG até a Fazendinha
Os passeios partem do Espaço de Hospitalidade, e a primeira parada é junto à Chama Crioula, que o guia Roque Lemanski destaca como o coração do Acampamento Farroupilha. Logo ao lado, ele aponta para o primeiro Centro de Tradições Gaúchas "do Planeta": o 35 CTG, fundado em 24 de abril de 1948 por Paixão Côrtes.
Se a Chama Crioula é o ponto mais importante, o grupo não tarda a chegar ao segundo ponto essencial, de acordo com Lemanski: o açougue.
– Mais de 50 toneladas de carne são consumidas aqui ao longo do evento – informa o guia.
A visita ainda inclui a passagem no piquete Laços de Sangue, feito de pau a pique, com teto de capim Santa Fé, reproduzindo um galpão de família mais humilde, e a Fazendinha, o espaço preferido entre as crianças, pela interação com animais. A vista da Supercuia, monumento em fibra de vidro de Saint Clair Cemin, na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, e a estátua do pajador Jayme Caetano Braun também não passam batidas.
A atividade integra o projeto Turismo de Galpão, iniciativa da Secretaria Municipal de Turismo, com apoio do Movimento Tradicionalista Gaúcho, da Primeira Região Tradicionalista e da Secretaria Municipal de Cultura.