A falta de escritores negros na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) gerou debates entre as entidades que promovem festas literárias e os escritores negros. As explicações do curador Paulo Wernek, que ao final da Flip se comprometeu a dialogar com as entidades acadêmicas em busca de uma ampliação da diversidade, não foram suficientes para minimizar as críticas. Em junho, o Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras/UFRJ escreveu uma carta aberta ao evento afirmando que as escolhas da curadoria naturalizam o racismo por não promoverem a diversidade num evento de grande visibilidade. O ator Lázaro Ramos, que participou da Flipinha, defendeu a participação de autores negros e disse que "é preciso não se calar diante da ausência de negros em todos os espaços da sociedade".
Debate
Qual a cor da literatura brasileira
A argumentação de que escritores só são chamados para os eventos porque atendem a uma estética universal e de qualidade, usada para justificar a ausência de negros, é falha
Jeferson Tenório