Novas análises realizadas na estação de tratamento de efluentes da Cettraliq descartaram relação com a suspeita de alteração no gosto e odor da água de Porto Alegre. A empresa faz o tratamento de resíduos industriais para retorno à rede pública.
Segundo o laudo realizado pelo laboratório da Umwelt Biotecnologia Ambiental, da Universidade Federal de Santa Catarina, o sistema biológico utilizado pela Cettraliq apresenta número de bactérias Actinomicetos dentro da normalidade. Isso significa que não há contribuição do material da empresa na quantidade excessiva deste tipo de bactéria, que foi constatada em número significativo pelo Dmae na Casa de Bombas da Trensurb e pode ser um dos fatores para as mudanças.
A informação das novas análises confirma o que foi divulgado em um laudo solicitado pelo Dmae no dia 18 de julho. Apesar disso, a Cettraliq vem sendo investigada pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) por estar localizada no Bairro Navegantes, região em que as alterações da água foram mais evidentes.
A empresa também foi considerada irregular pelo município, que alega que a central não passou por Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU), não tem Habite-se e também não possui alvará para atuar na cidade. Questionada pela reportagem da Rádio Gaúcha, a Cettraliq afirmou que ainda não recebeu notificação da prefeitura, mas que vem passando por fiscalizações dos órgãos competentes.
Ainda sem causa constatada para a presença de gosto e odor na água, a prefeitura da Capital segue encaminhando a contratação de um novo laboratório de São Paulo. A empresa fará uma coleta de amostras em diferentes pontos e apresentará o resultado entre 10 e 15 dias. No entanto, a data para a coleta ainda não foi estabelecida. A Fepam também continua fazendo monitoramentos para tentar descobrir a causa do problema.