A Câmara Municipal de Porto Alegre deve votar, nesta segunda-feira, uma proposta que sugere ao Executivo a implantação de uma faixa exclusiva para ônibus e lotações na Avenida Ipiranga, entre as vias Borges de Medeiros e Antônio de Carvalho. O projeto é de autoria do vereador Marcelo Sgarbossa (PT).
Ao justificar a proposta, o parlamentar lembra o tempo perdido pela população no trânsito, relacionando isso à qualidade de vida e a momentos em que as pessoas deixam de estar com suas famílias. Sgarbossa também cita a lei que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, sancionada em 2012 pela presidente da República – no artigo 6º, o texto fala em "prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado".
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– O transporte coletivo tem de ter uma fluidez maior. Ao privilegiá-lo, quem ganha é a maioria – afirma o vereador.
Na avaliação da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), a implantação da faixa exclusiva ao longo da Ipiranga não é viável. O diretor-presidente, Vanderlei Cappellari, ressalta que já se estudou a medida e que ela causaria impacto negativo no tempo das viagens; além disso, aproximadamente 20 árvores teriam de ser removidas para que os ônibus pudessem transitar próximos ao meio-fio.
– Tomamos a decisão de direcionar o projeto, que está em desenvolvimento, para a Avenida Assis Brasil. Pretendemos implantar lá até o final de setembro – salienta Cappellari.
Sgarbossa considera a remoção de árvores uma medida que só deve ser tomada quando outras alternativas técnicas não puderem ser adotadas e que, quando acontece, o ideal é que os vegetais sejam replantados (o vereador critica a compensação ambiental feita com dinheiro ou equipamentos). Fala, no entanto, que as faixas exclusivas podem ser benéficas ao ambiente se reduzirem o número de pessoas que optam pelo transporte individual motorizado e passam a utilizar ônibus e lotações.