Depois de uma manhã chuvosa, o sol deu as caras na Capital. A virada do tempo foi comemorada por quem decidiu visitar o navio-veleiro atracado no Cais do Porto, na tarde deste sábado. A embarcação batizada de Cisne Branco é uma espécie de embaixada flutuante da Marinha do Brasil, que está em Porto Alegre desde terça-feira.
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O programa gratuito atraiu milhares de pessoas. Uma fila já se formava antes das 14h, horário previsto para a abertura dos portões. A movimentação intensa fez com que a visitação começasse 20 minutos antes da hora marcada.
Dentro do navio, os visitantes puderam caminhar pelo convés – a parte externa do navio, que tem 76 metros de comprimento –, tirar fotos e conversar com a tripulação sobre a história da embarcação. Sorridentes, os oficiais da Marinha esclareciam dúvidas sobre os recursos do veleiro e posavam para selfies. Os mastros – o mais alto mede 46 metros – e as cordas do navio dividiam o plano das fotos que tinham como cenário de fundo o Rio Guaíba e um céu azul com poucas nuvens.
E os lugares mais requisitados para tirar fotos eram os timões, localizados logo na entrada do veleiro.
Crianças e adultos posavam atrás do objeto que é o mais tradicional símbolo da exploração marítima. Foi o caso de Luciane de Menezes Lima, de 49 anos, que posou junto ao filho Guilherme, de 5 anos. Ela, a irmã e as sobrinhas vieram do bairro Teresópolis para conferir a atração.
– É um programa que dá para trazer todo mundo, e todos aproveitam – diz.
O cabo Dionísio Smith era um dos oficiais mais requisitados para esclarecer as perguntas dos visitantes.
– Eles querem saber tudo, sobre o motor, como funcionam as velas – conta.
A tripulação tem pela frente uma tarde movimentada. Mais de 3 mil pessoas são esperadas para a visitação deste sábado. Até as 15h30, a Marinha estima que cerca de 1,5 mil pessoas já haviam visitado a embarcação.
– Ainda bem! – comemorou Smith, depois de esclarecer a uma senhora que a embarcação tem 16 anos, apesar de parecer centenária. Inspirado nos clippers, navios de grande eficiência do século 19, o veleiro conta com a última tecnologia de ponta.
O Cisne Branco foi encomendado de um estaleiro de Amsterdã, capital da Holanda, para as comemorações de 500 anos de descobrimento do Brasil em 2000 e é utilizado para representar a Marinha em eventos náuticos nacionais e internacionais e para a formação de novos marinheiros.
Experiência foi aprovada pelos visitantes
O percurso pela extensão superior do Navio Veleiro dura cerca de 15 a 20 minutos em média. As partes internas, como o local onde os marinheiros dormem e fazem as refeições, não estão abertas ao público, mas geram curiosidade.
Acompanhado da mulher e do filho de três meses, o montador de móveis Josimir Franco, de 35 anos, aguardou 40 minutos na fila para entrar a bordo da embarcação.
– Pegamos até chuva no caminho, mas valeu a pena. É uma coisa que a gente nunca vê – conta.
Logo que subiu as escadas estreitas que ligavam terra firme ao convés, a professora aposentada Tania Duarte, de 69 anos, aproveitou para fazer perguntas e contar suas experiências em outros navios para um oficial com sotaque carioca.
– Tudo me encanta. Olha só a extensão desse navio. Tudo que tem história me emociona – diz.
E no veleiro, há realmente partes da história do Brasil. Uma réplica da imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança igual à trazida pela frota de Pedro Álvares Cabral fica exposta no lobby que dá acesso ao salão principal.
Depois de encantar os porto-alegrenses, a próxima parada será Florianópolis. A embarcação retorna para sua sede, no Rio de Janeiro, no 9 de maio. Antes disso, passará por Paranaguá, no Estado do Paraná.