Obra prevista para a Copa do Mundo de 2014, o corredor de ônibus do Sistema BRT (Bus Rapid Transit) da Avenida Protásio Alves está sendo concluído. Mas isso não quer dizer que as intervenções junto à avenida chegaram ao fim.
Além de finalizar a pintura de sinalização e aguardar o tempo de cura do concreto junto ao cruzamento da Rua Vicente da Fontoura, o que deve ocorrer até o final da próxima semana, a Secretaria Municipal de Gestão informa que podem ocorrer desvios na circulação dos ônibus na Protásio Alves durante 60 dias, a partir de maio, em função da instalação de barreiras de segurança de concreto em alguns pontos, separando o corredor das faixas para veículos. Essa estrutura, conhecida como "New Jersey", substituirá os gradis metálicos que hoje fazem essa divisória, e a modificação não estava prevista no projeto do corredor BRT.
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Na semana passada, foram concretados os 20 metros que faltavam no trecho de sete quilômetros do corredor, junto ao cruzamento com a Rua Vicente da Fontoura, o que deve desafogar um pouco o trânsito carregado no trecho.
A prefeitura alega que os quase dois anos de atraso na entrega da obra, com custo de R$ 18 milhões, foram motivados pela necessidade de realizar um aditivo para remover trilhos de bonde que ainda estavam localizados no traçado do corredor, pela falta de areia no mercado no último semestre de 2013 e pela divisão dos trabalhos em etapas, para não obstruir o tráfego em toda a extensão da avenida.
– No começo, a ideia era fazer bloqueios em trechos maiores, ao longo de quatro ou cinco quarteirões, mas percebemos que o comportamento de fluxo de veículos seria difícil de ser gestado, portanto tivemos que fazer a obra por trechos mais curtos – explica Rogério Baú, coordenador técnico da Secretaria de Gestão.
O comerciário Marcos Kohanoski, que trabalha na frente do corredor, já sente alívio com a redução do barulho e da sujeira. Mas ele destaca que, com o grande fluxo de automóveis, a utilização do corredor não deve sanar o problema dos congestionamentos. E o fato de as obras estarem na reta final, não deixa os moradores confiantes. A professora Miriam Grillo, 62 anos, lembra que foi necessário reconstruir trechos do concreto dos corredores BRT anteriormente, e teme que seja descoberto algum problema, o que poderia levar ao recomeço das obras. Já a dona de casa Martha Ilha Martins, 77 anos, não perdoa os atrasos:
– Os moradores não aguentam mais o vai e vem com essas obras – destaca.
Como estão as obras dos outros corredores BRT, todos previstos inicialmente para serem entregues antes da Copa?
– Avenida Bento Gonçalves: Até o final do mês, segundo a Secretaria de Gestão, será concretado o último trecho, entre a Terceira Perimetral e a Rua Silvado. A circulação de ônibus no corredor deve ser liberada em maio.
– Avenida João Pessoa: é o trecho de menor extensão entre os três corredores, mas o mais atrasado. Foram concluídos apenas 2,4 quilômetros dos 3,2 quilômetros do corredor. A previsão da Secretaria de Gestão é de entregar a obra até final do ano.
A Secretaria de Gestão afirma que as três obras (da Protásio, da Bento e da João Pessoa) enfrentaram problema semelhantes, como atraso no repasse de recursos, a falta de areia no mercado, elaboração de um complexo cronograma de bloqueio parcial de cruzamentos importantes e o retrabalho em alguns trechos, principalmente na João Pessoa, realizado em 15 placas com fissuras, no final do ano passado. Todos os reparos, identificados pelos técnicos da prefeitura, são de responsabilidade das empresas, segundo a Secretaria de Gestão.