O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, informou nesta terça-feira que vai recorrer da decisão judicial exigindo o pagamento de R$ 0,50 à Via Leste por cada passageiro transportado. A empresa alega que não pode operar com a nova frota e pagar o reajuste dos funcionários desde a suspensão do aumento da passagem. Os demais consórcios do transporte público na Capital teriam entrado com ações semelhantes nos últimos dias e ainda aguardam decisão judicial.
– Vamos recorrer. Estamos solicitando audiência com o presidente do TJ (Tribunal de Justiça), porque essa é uma decisão contraditória dentro do próprio Judiciário – afirmou Fortunati, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade.
Leia mais:
Justiça manda prefeitura ressarcir consórcio por redução na tarifa
Sem reajuste salarial, rodoviários da Capital devem entrar na Justiça
Para o diretor do consórcio Via Leste, Enio Roberto dos Reis, a empresa foi "obrigada" a entrar com ação contra a prefeitura porque não tem condições financeiras de arcar com os custos de operação sem o reajuste das tarifas.
– Não é caso de não pagar, é caso de não poder pagar. A tarifa atual não contempla todos os custos que temos.
Mesmo sem receber o reajuste salarial, os trabalhadores de ônibus não pretendem paralisar suas atividades. O Sindicato dos Rodoviários afasta a possibilidade de greve, preferindo ingressar com uma ação judicial junto ao Tribunal Regional do Trabalho pelo cumprimento do dissídio.
A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) não quis comentar a liminar. Conforme o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, será feita reunião com a Procuradoria Geral do Município (PGM) nesta terça-feira para definir qual será a providência da prefeitura diante da nova liminar.