O iminente risco de queda fez a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) cortar três plátanos históricos, que faziam parte da arborização mais antiga da cidade e datam da década de 1930 na Avenida Padre Tomé, no Centro Histórico.
– Monitoramos de forma periódica essas árvores mais antigas. Esses três exemplares foram retirados porque estavam com um comprometimento avançado da madeira do tronco e apresentavam risco de cair – explica o diretor da divisão de Parques, Praças e Jardins, Sérgio Tomasini.
De acordo com o diretor, a degradação das árvores foi provocada pelo manejo irregular feita no passado. A técnica, chamada de poda drástica, foi feita até meados dos anos 1970 e removia as extremidades para limitar o crescimento da planta. O processo gerou o apodrecimento interno da madeira e comprometeu sua estrutura.
– Atualmente, respeitamos a arquitetura natural da árvore e tiramos apenas galhos e ramificações – afirma Tomasini.
Além dos três plátanos, outros três jacarandás foram cortados na mesma área. Agora a Smam vai estudar o que será replantado.
Em que pese o atual estado de deterioração de algumas árvores do local, a remoção é a opção mais econômica, financeiramente, para a prefeitura. No entanto, a Agapan ratifica sua posição de defesa do ambiente natural e cobra do órgão público ambiental de Porto Alegre maior cuidado, perícia e técnica quanto à utilização de podas corretas, em épocas adequadas, para preservar as árvores de Porto Alegre. O descaso no trato com as árvores por parte do poder público municipal é um dos fatores que tem contribuído para o alto número de remoções na capital gaúcha: foram mais de 30 mil remoções de árvores nos últimos dez anos.
A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) divulgou nota sobre o ocorrido:
Em que pese o atual estado de deterioração de algumas árvores do local, a remoção é a opção mais econômica, financeiramente, para a prefeitura. No entanto, a Agapan ratifica sua posição de defesa do ambiente natural e cobra do órgão público ambiental de Porto Alegre maior cuidado, perícia e técnica quanto à utilização de podas corretas, em épocas adequadas, para preservar as árvores da cidade. O descaso por parte do poder público municipal é um dos fatores que tem contribuído para o alto número de remoções na capital gaúcha: foram mais de 30 mil remoções de árvores nos últimos dez anos. Todas as árvores removidas devem ser substituídas por outras no mesmo local. "Precisamos de mais árvores hoje, em todos os bairros. A substituição de árvores adultas por mudas pouco ou nada contribui para isso" diz o presidente da entidade, Leonardo Melgarejo.