Quando o vendedor ambulante Pablo Ferrari abre sua maleta em um bar na Cidade Baixa, surgem risos sem jeito, olhares surpresos e, provavelmente, algumas bochechas enrubescidas. Isso porque o produto que ele vende de mesa em mesa na noite não é muito convencional: são anéis penianos, vibradores, velas comestíveis sabor uva, morango e menta.
José Paulo de Oliveira Alves - Pablo Ferrari é nome artístico -, vive de comercializar artigos de sex shop há três anos. Como ambulante, já tinha vendido roupas e maquiagem. Até que um dia atinou para o potencial de um ramo mais caliente no bairro boêmio:
- Noite, bar, encontro, namoro, tudo acaba em sexo no final da noite. Eu deduzi isso.
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Aos clientes, ele não poupa detalhes ao explicar como se usa os produtos. Nascido em Itaqui, mas criado no Rio de Janeiro, destaca que o gaúcho é mais tímido que o carioca quando o assunto é sexo. Mas ele dá seu jeito para faturar:
- Eu quebro o gelo, chego chegando. E como sou muito profissional no que faço, consigo a confiança das mulheres - destaca.
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Gerente do bar Pinguim, Volnei Alexandre conta que Pablo sabe interagir e, com algum custo, deixa os clientes confortáveis para falar sobre sexo. Mas, no começo, os "alvos" costumam ficam surpresos.
- Eu não esperava. Quando ele falou que ia abrir (a maleta) nem passou pela minha cabeça o que ia fazer - diz a estudante Nathália Andrade, 26 anos.
Se não pelo que vende, Pablo pode ser reconhecido na Cidade Baixa, onde também mora, pelo estilo. Costuma combinar a cor da regata com a cor do boné e usa sempre correntes douradas e óculos escuros com hastes embaixo - destaca que é o único que tem esse modelo na Capital.
- Gosto de ser diferenciado - ressalta.
E, se tudo sair nos conformes, vai ser difícil bater o rapaz no quesito diferenciação em 2016. Ele pretende sair para vender seus produtos vestindo fantasia de policial, marinheiro, bombeiro ou piloto de avião.
- Quero abordar as pessoas já a caráter, que a fantasia já leva a imaginação - adianta.