O fuzil apreendido na noite de segunda em um apartamento na Avenida Ipiranga será encaminhado à perícia e pode apontar uma linha diferente na investigação da morte de Alexandre Goulart Madeira, o Xandi, ainda sem resposta desde o começo de janeiro. Ele pode ter sido eliminado pelos próprios integrantes da facção Os Manos, da qual fazia parte.
- Eu não descarto nenhuma possibilidade. Meu interesse no momento não está exatamente em quem é o dono do fuzil 5.56, mas em listar todos os fuzis desse calibre que possam ser comparados com a munição usada para matar o Xandi. A possibilidade de uma eliminação interna na facção é uma das informações ventiladas no inquérito - afirma o delegado Paulo Perez, que investiga o caso pela DP de Tramandaí.
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Segundo ele, pelo menos 15 armas semelhantes, apreendidas na Região Metropolitana desde a morte do traficante já foram listadas pela investigação e serão encaminhados aos exames comparativos da perícia.
De acordo com o delegado Rafael Soares Pereira, a facção Os Manos passou a gerenciar parte do tráfico que era liderado por Xandi. Renato Fao Gambini assumiu a dianteira e Carlos Vagner Dias, o Pequeno, era quem gerenciava o fluxo de armas e drogas do grupo. Ele está entre os quatro presos durante a ação.
- Desde a morte do Xandi, podemos considerar que a facção passou a gerenciar mais de perto os territórios que ele comandava. A presença de um homem de confiança do Gambini pode ser um sintoma disso - acredita o delegado.
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Gambini, que é casado com uma prima de Xandi, foi preso na semana passada em Porto Alegre. Ele era o principal alvo da Operação Laranja Mecânica, que combateu a herança deixada por Xandi. Já o Pequeno foi um dos quatro presos nessa terça no apartamento usado pela quadrilha como uma espécie de depósito.
Além das prisões, a polícia apreendeu nove armas - um fuzil 5.56, de fabricação norte-americana, duas pistolas .45, três pistolas 9mm, um revólver 357 e um revólver calibre 38 -, pelo menos 43kg de maconha, 5kg de crack, 2kg de cocaína e pelo menos outras 20 mil buchas de cocaína no local.
Foto: Ronaldo Bernardi / Agência RBS
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