Depois de atingir a maior marca em 74 anos na tarde de sábado, de 2m94cm, o nível do Guaíba vem caindo nesta segunda-feira. Conforme o Centro Integrado de Comando (CEIC) da Prefeitura de Porto Alegre, a água estava em 2m66cm no Cais Mauá às 18h46min. A marca é 28cm menor do que o pico de sábado.
Pela manhã, às 10h, o nível estava em 2m72cm. Se voltar a subir com o temporal previsto para a terça-feira, o Guaíba pode invadir novamente o Cais Mauá. Há uma semana, todas as comportas do local tiveram de ser fechadas pela primeira vez desde a década de 1970 devido à cheia. A ação foi tomada quando a água chegou a 2m89cm e atingiu a calçada do Cais. Caso chegue a 3m, o Guaíba invadirá o local.
José Fortunati: "Situação fugiu de qualquer controle"
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A cheia histórica, que tem provocado alagamentos e deixado desabrigados na Região Metropolitana, somada ao temporal da última quarta-feira, que causou mortes e destelhamentos no Estado, motivou o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, a decretar situação de emergência na manhã de domingo. Na Capital, o temporal teve rajada de vento a 98,6 km/h, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), e causou alagamentos, destelhamentos e a derrubada de dezenas de árvores e postes.
Em entrevista coletiva na tarde de domingo, o prefeito afirmou que todos os bairros da cidade tiveram prejuízos depois do fenômeno. Na quinta-feira, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) já havia recolhido 170 toneladas de restos de árvores derrubadas pelo vento.
Os alagamentos atingiram 10 escolas municipais e quatro unidades de saúde. Além disso, há pelo menos 230 desabrigados no Ginásio Tesourinha, moradores das Regiões das Ilhas.
O decreto de emergência ainda precisa ser homologado pelos governos do Estado e federal. Sem isso, os repasses de verbas para reconstrução não serão autorizados. O valor dos prejuízos ainda está sendo contabilizado pela prefeitura e deve ser divulgado nesta semana.
Para a homologação, é preciso que os danos públicos (em escolas, hospitais e rodovias) somem pelo menos 2,77% da receita corrente líquida do município ou os privados (em casas, empresas e agricultura) atinjam no mínimo 8,33% dessa receita. No domingo, Fortunati afirmou que o levantamento dos estragos está "muito próximo" de atingir os indicadores.
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