Qualquer guarda florestal sabe que um caminhão parado em beira de estrada nem sempre é sinal de falha mecânica. Em 1942, um desses servidores, o alemão Heinz May, trafegava em companhia do filho por uma estrada perto de Lodz, na porção da Polônia ocupada pela Alemanha mas não anexada ao III Reich. A certa altura, foi obrigado a parar por um veículo de "quatro metros de comprimento por dois metros de altura" que havia saído parcialmente da rodovia. "Um cheiro definitivamente desagradável vinha do caminhão e das pessoas a sua volta", recordou May anos mais tarde, referindo-se aos policiais que avistou. Dias depois, seu filho soube que as autoridades estavam reunindo judeus locais e levando-os em viaturas. O veículo que avistara era um "caminhão de gás", precursor sobre rodas das futuras câmaras da morte. May ainda não sabia disso, mas sua conclusão foi precisa: "Não havia mais a menor dúvida de que coisas terríveis, coisas jamais vistas antes na história humana, estavam acontecendo lá".
Sinal Fechado
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Luiz Antônio Araujo
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