No primeiro dia desta segunda etapa da paralisação nas escolas públicas, os professores da Escola Estadual Paraná, no Cristal, têm um motivo extra para indignação: além de não receberem o salário em dia, as salas de aula estão às escuras devido a problema no abastecimento de energia elétrica. As interrupções no fornecimento de energia tiveram início em janeiro de 2014.
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De lá para cá, houve períodos em que a escola ficou iluminada, mas a falta de regularidade no abastecimento atrapalha o cumprimento do calendário escolar e interfere no aprendizado dos alunos.
Diretor da escola, Fabio Dullius explica que, após um tempo usando gerador alugado, a escola comprou um equipamento próprio até que se desenrolasse a história da licitação para o conserto. O problema, segundo ele, é o atraso no repasse dos recursos para comprar combustível.
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- Depois que nosso gerador queimou, locaram um gerador e a secretaria de educação pagava o aluguel e o combustível. Mudou o governo e eles acharam melhor ter um próprio na escola. O problema é que os repasses de verba para o combustível não vêm, e com isso, ficamos sem luz: ou damos aula no escuro ou liberamos o pessoal - afirma o diretor
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Pais e alunos estão indignados com a situação. Pedra Regina da Silva, presidente do conselho escolar, diz que a rede elétrica é antiga e os fios desencapados nos corredores deixam os estudantes em situação de risco:
- Sem falar que o dinheiro usado para comprar combustível todo mês poderia estar sendo utilizado na reforma dos banheiros e das quadras esportivas ou na compra de material didático - afirma a mãe de Maria Eduarda, aluna da sexta série.
Na semana passada, os 644 alunos da instituição tiveram aulas no escuro. Para driblar o problema, os professores tinham que escrever em letras garrafais, informa outra mãe.
- Me sinto humilhada, não dá para aprender, eles não conseguem repassar a matéria, é uma vergonha - diz a estudante Maria Eduarda Souza da Silva, da sexta série.
Consultada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Educação informou que a escola teve uma pane elétrica em 14 de fevereiro de 2014 e o projeto da obra de reforma da entrada de energia no prédio foi concluído em dezembro de 2014. Após os trâmites para licitação e contratação da empresa responsável, a obra iniciou em junho deste ano e, segundo a construtora, será finalizada na próxima semana.
O restabelecimento da energia na escola será solicitado à CEEE assim que a obra estiver pronta. O prazo é de cinco dias. Até lá, o fornecimento ocorre por meio de gerador. Segundo a SEC, a escola possui saldo disponível na conta para adquirir o combustível. Mas o diretor garante que o combustível adquirido com o dinheiro em caixa não é suficiente para manter a luz por mais tempo. Como a escola está em greve até o próximo dia 3, até lá as luzes permanecerão apagadas.