Servidores de três instituições federais de ensino superior fecharam a reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira em um protesto contra os cortes na educação. A categoria também reivindica reajuste salarial e regulamentação de data-base.
Cerca de 100 trabalhadores da UFRGS, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) participam do ato. A manifestação foi organizada nacionalmente, já que nesta quinta-feira a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) participa de uma audiência com o Ministério da Educação e com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, às 14h. Para a Fasubra, a data é denominada de "Dia Nacional de Atos nas Reitorias".
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Há dois meses em greve, os técnicos-administrativos da UFRGS reivindicam que o reitor da instituição se pronuncie publicamente contra os cortes no orçamento da educação, que têm causado prejuízos à universidade.
- Para fazer o reajuste fiscal, o governo federal tirou R$ 9,4 bilhões do orçamento geral da educação, o que atingiu o custeio da UFRGS. Não podemos admitir que uma pátria que se denomina educadora corte gastos da educação - afirma o servidor Charles Almeida, representante do Comando Local de Greve.
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Segundo ele, houve redução no número de trabalhadores que prestam serviços terceirizados na UFRGS, atraso no pagamento de fornecedores e cortes no orçamento da pesquisa.
- Esta é a primeira vez que o Ministério do Planejamento vai ouvir a Fasubra, que representa 200 mil trabalhadores. Já tivemos uma negociação com o MEC, mas que não avançou - acrescenta Almeida.
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Além de protestar contra os cortes no orçamento, a categoria reivindica um reajuste salarial de 27,3% em 2016. A proposta do MEC, conforme os servidores, foi de um aumento de 21% a ser pago em quatro anos, o que ficaria abaixo da inflação.
- Nosso reajuste de 2015 foi de 5% e a inflação está em 9%. Estamos perdendo poder de compra com o nosso salário, e precisamos recompor essas perdas.
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Se a categoria aceitasse a proposta do governo, o reajuste de 2016 seria de 5,5%, o que conforme Almeida "engessaria" os rendimentos dos servidores, já que podem estar sujeitos a uma inflação maior. Outra pauta da categoria é a regulamentação de uma data-base para a negociação do reajuste, hoje inexistente.
Os servidores fecharam a reitoria às 6h30min e permaneceram no local até o meio-dia, quando partiram para uma reunião na Faculdade de Comunicação. Entre o grupo, há trabalhadores de diversos cargos, como técnicos de laboratório, bibliotecários e assistentes de administração.