O comando do 19º BPM, que atua no policiamento da Zona Leste de Porto Alegre, revelou que o inquérito policial militar (IPM) já indicava a possibilidade do assassinato do adolescente Guilherme Pacheco de Oliveira, 16 anos, cometido pelos três PMs presos na manhã desta quarta pela polícia. Ainda assim, eles seguiam atuando normalmente no policiamento de rua.
A apuração interna, aberta horas antes do encontro do corpo do rapaz, em fevereiro, contrariou a versão do sargento e dos dois soldados envolvidos, que alegavam ter havido um confronto com adolescentes que haviam roubado um veículo na Zona Leste de Porto Alegre. Nesta quarta, eles foram presos preventivamente e não tiveram seus nomes divulgados pela polícia.
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- Agimos dentro da lei. Não poderíamos afastar do serviço os policiais sem um julgamento, sem o amplo direito à defesa. Fizemos o correto, que foi encaminhar o IPM à Corregedoria e posteriormente à justiça comum, que é onde eles devem responder pelo suposto homicídio. Não se trata de um crime militar - explica o major Dagoberto Albuquerque da Costa, que responde pelo comando do 19º BPM.
O corpo de Guilherme foi encontrado às margens do Arroio Dilúvio, no Bairro Jardim Carvalho, na tarde de 20 de fevereiro. Os peritos comprovaram que o adolescente teria sido ajoelhado e foi baleado duas vezes. Uma delas, de muito perto, atingindo a nuca.
A delegada Jeiselaure Souza, que comanda a investigação pela 5ª DHPP, confirma que o rapaz tinha antecedentes, como menor infrator, por roubos. Horas antes de constatada a morte do menino, ainda na madrugada daquele dia, os três PMs haviam, de fato, apresentado ao Deca três adolescentes supostamente envolvidos com o roubo de um veículo. Alegavam ter havido um tiroteio, e por isso as armas foram entregues ao comando do batalhão, dando início a um IPM.
Até aquele momento, no entanto, eles sequer haviam citado Guilherme na ocorrência.
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