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Um dos principais pontos turísticos da Capital, a Ponte de Pedra, localizada no Largo dos Açorianos, teve sua revitalização iniciada em fevereiro deste ano. Até o momento, a Prefeitura não conseguiu avançar da primeira etapa da reforma - a retirada do lodo. Segundo frequentadores do entorno, há tempos os trabalhadores não aparecem por lá.
Entre os problemas estruturais mais evidentes, os principais são o acúmulo de terra no lago, parte das muretas tombadas, depósito de lixo irregular, falta de pintura na ponte, gramado danificado, falta de elementos paisagísticos e a presença de uma placa informativa ilegível e vandalizada. Problemas de insegurança também são relatados por quem transita na região.
Item 23 do roteiro do Centro Histórico: depredação da placa e descaso visual
Foto: Lara Ely
Funcionária da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Heloísa Vieira passa por ali diariamente e relata que a obra está parada desde que a chuva começou.
- Uma ponte histórica, que deveria ter um lago lindo, sem poluição, para o turista ver e se encantar. Ele vem tirar foto e vai tirar foto de quê? Só tem lixo, rato, está uma coisa horrível - afirma a servidora.
Segundo Heloisa, a falta de cuidado público reflete diretamente na insegurança da população. Prova disso são os assaltos. De acordo com o tenente coronel Francisco Vieira, comandante do 9º Batalha da Brigada Militar, são em média quatro por mês.
- Pelo que chega para mim, soube que houve alguns assaltos nas últimas semanas. A BM não é notificada sobre todas as ocorrências. Quando a gente sabe de algo, de imediato tomamos providência para reforçar o policiamento - afirma o comandante, acrescentando que o posto da polícia em frente ao Cine Capitólio funciona pela manhã e tarde.
Poças acumulam água nas calçadas e atrapalham deslocamento de pedestres
Foto: Lara Ely
Há poucos dias, uma prisão em flagrante ocorreu em uma das lojas da Rua Washington Luís. Porém, segundo a vendedora Sara Samara da Silva, no dia seguinte os criminosos estavam soltos. Outra queixa é que, à noite, quando não há policiamento, o comércio fecha, e frequentadores dos prédios locais, como os alunos dos cursos da OAB, ficam mais vulneráveis.
Na esquina da Washington Luís com a Coronel Genuíno, o proprietário da La Bréscia Lanches, Félix Jorge Martini, diz que a demora na obra impacta no seu negócio - com visual mais bonito, o local seria mais atraente à população.
- Espero que a prefeitura finalize o que começou, afinal, estão usando recursos públicos - afirma o comerciante.
Em visita à cidade por causa do jogo da Libertadores na última quarta-feira, entre Tigres e Internacional, a dupla de mexicanos Gabriela Faz e Carlos Solis caminhava com um mapa na mão, no início da noite desta quinta-feira, em busca de informações.
Cenário encontrado pareceu pouco atraente para turistas mexicanos
Foto: Lara Ely
Questionados sobre o que acharam do local, foram sinceros e delicados em dizer:
- Achamos legal, mas um pouco sujo e abandonado. Não conseguimos encontrar as informações históricas nem entendemos nada na placa que deveria ser turística - afirmaram os turistas, antes de seguir a caminhada até a Cidade Baixa.
Por telefone, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) informou que a remoção do lodo está parada por causa da chuva. Nas próximas semanas, deve ocorrer a instalação das placas informativas sobre os custo da obra (a Smam não soube informar o valor). Assim que o tempo melhorar, a promessa é de que o trabalho seja retomando.
