O PrOA conversou com dois dos destaques da programação internacional do evento. O primeiro deles é o americano James Estrin, editor do Lens, o ativo blog fotográfico do New York Times, que reúne ensaios, slideshow e vídeos de profissionais do próprio jornal e de colaboradores de todas as partes do mundo.
Em 2001, o senhor participou da equipe do New York Times que venceu o Pulitzer com a série How Race is Lived in America. Este ano, as duas categorias de fotografia do Pulitzer premiaram séries em vez de uma única imagem. Com essa tendência, é mais difícil obter aquela imagem única?
Nos últimos 15 anos, a maioria dos vencedores do Prêmio Pulitzer inscreveu séries de múltiplas imagens. Presumo que é uma tendência que vai continuar. A internet deu aos fotógrafos a oportunidade de publicar muitas fotos sem as limitações de espaço de impressão. Contar histórias com imagens múltiplas tornou-se mais comum, o que, penso, é uma boa coisa. Ao mesmo tempo, imagens individuais tornaram-se menos importantes, o que é lamentável, porque haverá menos fotos icônicas. Haverá no futuro imagens únicas de que todos nós nos lembraremos, como a tirada por Nick Ut da jovem Kim Phuc correndo nua pela estrada depois de ser atingida por Napalm durante a guerra do Vietnã? Tenho a sensação de que a força de uma única imagem diminui devido ao número surpreendente de imagens que vemos todos os dias na internet.
Entrevista
James Estrin: "Uma imagem forte tem de se sustentar por si mesma"
O americano é editor do Lens, blog fotográfico do New York Times, e um dos convidados do 8º FestFotoPoA
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