Na manhã desta terça-feira, o centro de Porto Alegre foi palco para discussões e manifestações relacionadas ao uso de animais em rituais religiosos. Enquanto na Assembleia Legislativa seguidores de religiões de matriz africana acompanhavam a análise do projeto de lei que proíbe o sacrifício de animais, ativistas da causa animal se reuniam próximo ao Mercado Público para encenar um "despacho humano".
A reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia começou por volta das 9h na pequena sala Mauricio Cardoso. Como o espaço comporta poucas pessoas, centenas de religiosos se espremeram pelos corredores do quarto andar, onde ficaram por mais de uma hora.
Por volta das 11h, a maioria dos deputados já se mostrava contrária ao parecer do relator, Gabriel Souza (PMDB) - que vê constitucionalidade na proposta apresentada pela pedetista Regina Becker. No entanto, logo no fim da sessão, o deputado e líder da bancada do PDT, Diógenes Basegio, tomou a palavra e pediu vistas - postergando a votação em uma semana.
Com o Projeto de Lei 21/2015, Regina Becker defende a exclusão de um parágrafo do Código Estadual de Proteção ao Animal: o que permite o livre exercício de sacrifício de animais em cultos e liturgias.
- Não se trata de preconceito, mas de uma anomalia jurídica, que exclui da vedação legal um segmento da sociedade. Estamos discutindo apenas a retirada de um parágrafo - disse a deputada.
- Mas esse é o nosso parágrafo! - rebateu um dos religiosos.
Porto Alegre
Em meio a protestos, comissão da AL adia análise de projeto que proíbe uso de animais em rituais
Enquanto seguidores de religiões de matriz africana acompanhavam discussão da Comissão de Constituição e Justiça, ativistas da causa animal faziam "despacho humano" no Centro
Bruna Scirea
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