Nenhuma empresa demonstrou interesse em assumir a obra de revitalização da Orla do Guaíba, na tarde desta terça-feira, em sessão realizada pela prefeitura de Porto Alegre para receber propostas. O projeto, prometido há três anos, deverá ser revisto para o lançamento de uma nova licitação nas próximas semanas.
A Comissão Especial de Licitação para Projetos Estruturantes da prefeitura da Capital realizou uma sessão pública para receber propostas de empresas nacionais ou internacionais interessadas em participar da concorrência para a primeira fase da revitalização da orla.
Neste momento, a intenção da prefeitura é aumentar o valor da licitação, que estava em R$ 57,4 milhões, e lançar um novo edital em 30 dias. O secretário do Gabinete de Desenvolvimento e Assuntos Especiais, Edemar Tutikian, afirmou que já se esperava não haver pretendentes porque o orçamento havia sido calculado antes de o governo federal reduzir a desoneração da folha de pagamento das empresas no país.
A mudança aumenta o custo da mão de obra e, como consequência, exige verbas mais robustas. Tutikian afirmou que o município não desistirá da iniciativa e vai recalcular o investimento em parceria com o Tribunal de Contas do Estado (TCE).
- Nós vamos fazer a obra. É um projeto difícil, mas vamos corrigir os valores e lançar um novo edital - confirmou o secretário.
Em fevereiro de 2012, o prefeito José Fortunati anunciou a reurbanização de 5,9 quilômetros da orla, do Gasômetro até o Arroio Cavalhada. O arquiteto Jaime Lerner idealizou uma espécie de parque urbano para a região ribeirinha, com novo calçamento, ciclovia, bares, quiosques, deques de madeira e uma escadaria que serviria de arquibancada para a população curtir o pôr do sol.
Um primeiro trecho de 1,5 quilômetro deveria ter ficado pronto em 2013, mas o projeto entrou 2014 sob análise do TCE - que fez questionamentos à prefeitura sobre possíveis sobrepreços e teve de aguardar 10 meses para receber as respostas. Como resultado, foi obtida uma redução de 22% no valor da obra.
Vencida essa etapa, no final do ano passado foram recebidas duas propostas de empresas interessadas em tocar a revitalização. Porém, ambas acabaram desclassificadas. Uma apresentou preço além do previsto no edital, e outra teve problemas com a documentação exigida.