Marido de Cristiane Oliveira de Oliveira, o bancário Rodrigo Velloso de Freitas, 33 anos, já se pronuncia como viúvo. Assim como a mãe e o pai dela, ele também acredita que a ossada encontrada terça-feira, 27, em uma cova rasa no Bairro Lageado, zona sul de Porto Alegre, seja mesmo da mulher, desaparecida há três anos e três meses. Para ele, o achado trará alguma paz à família, sobretudo à filha do casal, de dez anos.
- O atestado de óbito trará alguma paz à minha filha e à vó dela, mãe da Cristiane. Mas, se for mesmo o corpo dela, só me trará descanso o dia em que pegarem o culpado - disse.
Comunicado ainda na tarde de terça sobre o achado, ele não compareceu à cena da perícia, que desterrou o corpo. Alega que estava em um compromisso em Canoas e, quando chegou a Porto Alegre, a situação estava resolvida. Foi direto para a Delegacia de Homicídios, onde prestou novo depoimento.
- Me perguntaram sobre o celular, as roupas, as mochilas, tudo que foi encontrado e que reconhecemos como coisas da Cristiane. Estão investigando - relatou.
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O corpo de Cristiane estava na divisa entre o terreno onde o casal construía uma casa para morar e o do lado esquerdo. Foi encontrado por acaso, quando o vizinho começou a cavar para levantar um muro. Ao encontrar a ossada, acionou a polícia, que foi ao local com peritos.
Atualmente, Rodrigo é fiel depositário da casa, avaliada em pelo menos R$ 100 mil. Caso obtenha o atestado de óbito, o imóvel vai para inventário, para ser dividido entre Rodrigo e a filha do casal.
- Meu intuito não é esse. Desde 27 de outubro de 2011, praticamente não mexi mais na casa. Não penso em morar lá, minha filha não quer nem pensar nisso. Meu intuito é que se resolva a questão criminal - garante.
Rodrigo, que estuda para prestar vestibular no curso de Direito e sonha em ser delegado, fez investigações paralelas e, à polícia, apresentou o nome de dois suspeitos, que teriam agido em conluio para dar cabo à ex-mulher - possivelmente, por roubo ou estupro. Um deles é foragido da Justiça por outro crime.
- O outro está na cadeia desde o ano passado, já responde por três homicídios. Falei com vários delegados, mas nenhum sequer o trouxe para ser ouvido referente ao sumiço da Cristiane. É uma grande incompetência da Polícia Civil - disparou.
Polícia é cautelosa
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Atual responsável pelo caso, o titular da 4ª DHPP, delegado Adriano Pelúsio Melgaço Júnior, garante que o caso sempre recebeu a devida atenção da polícia.
- É um inquérito de três volumes, com diversas oitivas e inúmeras diligências, inclusive escavações no terreno e uso de cães farejadores - justifica.
Sobre as denúncias do marido, o delegado prefere não entrar em detalhes:
- Todas as informações que dele e de outras pessoas indicam linhas de investigação já existentes. Todas serão investigadas. Por isso, evito falar sobre um principal suspeito.
Nos últimos dois dias, dez pessoas prestaram depoimento sobre o caso.